Sífilis congênita atinge índices preocupantes no Brasil |
A Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS) e do Unicef tinha estabelecido uma previsão de redução para 0,5% caso de
sífilis congênita em cada bebê nascido vivo no Brasil, porém os dados, que
antes eram de um em cada mil, saltou para 6,5 em mil em 2015. "Vimos
acontecer exatamente o contrário. A sífilis teve um aumento
significativo", afirma o pediatra Gil Simões, diretor do Conselho Regional
de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), que há quatro décadas atende crianças
em hospitais da rede pública e fez um levantamento dos casos baseado nos
números do Ministério da Saúde. Em nota, o Ministério da Saúde diz que
“diversos fatores podem contribuir para o aumento dos casos notificados de
sífilis registrado nos últimos anos, entre eles a melhoria da vigilância e do
diagnóstico”. Gil Simões diz que o aumento dos casos é observável em
maternidades e serviços pediátricos. "Sem dúvida, a vigilância e o
diagnóstico melhoraram. Mas isso só não explica o que vemos nos hospitais. Os
casos de sífilis eram raros. Agora são frequentes", salienta. Para ele, o
principal problema é a falta de assistência médica de qualidade, especialmente
no pré-natal. "Há ainda um abismo de classes. Os mais pobres são os mais
atingidos porque, muitas vezes, não têm acesso a um pré-natal bem feito. E isso
não tem a ver apenas com o número de consultas. Ainda faltam capacitação e
atualização dos profissionais de saúde no manejo das DSTs". Os dados
oficiais mais recentes, do Boletim Epidemiológico de 2016 do Ministério da
Saúde, indicam que, entre 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de
32,7%, a sífilis em gestantes de 20,9%, e a congênita de 19%. Em 2015, o número
total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878, sendo
os homens 60,1% deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.