Mais uma vez uma tragédia anunciada se confirma de forma duríssima. Chuvas e
deslizamentos na região de Petrópolis provocam, novamente, mortes. Até o
fechamento deste comentário, a Defesa Civil carioca informava que o número de
óbitos, desde domingo, era de 29 vítimas. Dentre elas, dois servidores da
Defesa Civil do município, colhidos por um deslizamento quando estavam em pleno
serviço, tentando convencer moradores a deixarem suas residências, pois suas
casas estavam em área de grande risco. A imprensa fluminense também informa
que, mesmo com a evidência do perigo, a maioria dos residentes nessas áreas
perigosas recusa-se deixar seus imóveis. Nunca é demais
lembrar que a região serrana do Rio de
Janeiro tem um histórico terrível quando das chamadas “chuvas de verão”, sendo
que a maior tragédia aconteceu há apenas dois anos, em janeiro de 2011, quando
mais de 900 pessoas morreram em decorrência de uma série de inundações e
deslizamentos. Estamos defronte a um terrível
problema brasileiro: o vício da não prevenção. Remediar parece transforma-se
numa espécie de opção criminosa ao ignorar as reincidências das tragédias nos
mesmos lugares e épocas do ano. Esforços para corrigir o problema
existem e a sofrida prova está nessa própria ocorrência da morte dos dois
funcionários tentando salvar vidas alheias em perigo. Mas o que conta mesmo
nesse momento é a ineficiência dos poderes públicos em modificar o rumo das
coisas e em provocar alguma mudança significativa na cultura popular de menosprezo aos riscos das
intempéries anunciadas. E este não é um problema daquela região. Basta olharmos
para nosso umbigo itabunense para percebemos como tal tragédia tem sido
presente em nossa história,
quando das recorrentes enchentes de nosso rio cachoeira;dos alagamentos
constantes na avenida do cinquentenário; desabamento de barracos em bairros de
periferia e dos problemas em criar defesas eficientes para essas ocorrências
naturais. Até quando continuaremos praticando o
contrário do dito e repetido pela sabedoria popular sobre ser “mais importante
prevenir que remediar”?

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