Segunda-feira, 30 de maio de 2011, 18h30. Os irmãos Rodrigo e Ronil Queiroz Trindade, 18 e 25 anos, respectivamente, chegam para pegar o carro estacionado na praça Camacan, centro de Itabuna. Ao mesmo tempo, os gêmeos Osmar e Osmário da Silva Conceição, 28 anos, ambos flanelinhas, exigem dinheiro pelo uso da vaga pública. Diante da negativa, iniciam as ameaças.Os irmãos reagem à investida. Poucos minutos depois, Ronil é golpeado por Osmário, com uma facada no pescoço, e Rodrigo, a pedradas, chutes e socos pelo outro irmão. As vítimas são levadas ao hospital; os agressores, ao complexo policial da cidade. O episódio, ainda hoje recontado nos botecos da quarta cidade mais populosa do interior do estado, evidencia a proliferação de uma praga antes restrita aos grandes centros urbanos: o comando de áreas públicas por hordas de flanelinhas. Em Itabuna, o problema é maior do que outras cidades do mesmo tamanho devido ao pouco espaço para estacionar nas áreas do centro da cidade e ao fim da licitação para operar o serviço de Zona Azul no município. “Com isso, eles ficaram livres para agir, coagir e mandar nos estacionamentos”, conta a comerciante Aloísia Nunes Tavares, 49 anos. Ela conta que,diariamente, chega a ficar 30 minutos esperando uma vaga na avenida Firmino Alves, que beira o rio Cachoeira. Nela, são os guardadores de carros que controlam o acesso. E sempre cobram por isso. “Sempre pago, né. O que eu posso fazer? Se a gente não der (dinheiro), sabe Deus o que pode acontecer. Olha o caso do rapaz que foi furado de faca”, resigna-se. Atento à conversa, Jair Marinho Malta, 35 anos, espera Aloísia desistir da tentativa de estacionar e se aproxima. “O que essa mulher disse é mentira. Aqui não rola esse negócio de violência. A galera trabalha aí na paz”, garante Malta, que se diz ex-guardador e, agora, é vendedor de acessórios para automóveis. Apesar de defender os flanelinhas, segreda: “Mas existem os caras que criam caso. É aquela galera ali do mal, que se disfarça de guardador para traficar e usar drogas. Esses ‘nóias’ (usuários de crack) sujam a área”. A 230 quilômetros dali, no Sudoeste baiano, é outro o problema causado pelo inchaço de carros, motos e ônibus. Vitória da Conquista, segunda maior cidade do interior do estado, tem uma frota de quase 85 mil veículos, que praticamente travam o tráfego do centro financeiro da região. Nas avenidas engarrafadas do município - Vítor Brito, Régis Pacheco, Bartolomeu de Gusmão, Brumado, Presidente Dutra, Vivaldo Mendes e Siqueira Campos -, onde o fluxo parece fluir sob a regência de um jabuti, a tarefa de amedrontar motoristas cabe aos malabaristas de sinaleiras. É na Siqueira Campos que T, 16 anos, move laranjas por trocados. “Olho com cara feia e eles acabam dando”, ri, antes de colocar mais umas moedas no bolso. (Jairo Costa Júnior e Alexandre Lyrio - Redação Correio).
á um descontrole generalizado no trânsito de Itabuna e a gente não tá vendo sinais de que as coisas vão melhorar, infelizmente.
ResponderExcluirJosué Tavares
Val Cabral, o admiro como o mais, sem dúvida, combativo e corajoso (e espirituoso) radialista itabunense que conheço na atualidade. E esse seu blog é o mais interessante de Itabuna. Parabéns meu futuro vereador.
ResponderExcluirWashington Reis
Parabéns Val Cabral! Enquanto houver um único homem a não temer falar verdades, há esperança... vc é esse homem! Maria Regina D. dos Santos
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