Fui criado com princípios morais comuns: Quando pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram respeitados e considerados. Confiávamos neles porque eram pais, mães ou familiares das nossas crianças. Tínhamos medo do escuro, dos sapos, dos filmes de terror. Eu, particularmente, tinha o maior pavor da mula sem cabeça, da cuca, do saci perere e até dos duendes. Hoje sabemos que eles nunca existiram. Algo nos fazia ter dúvida da proteção dos pais. Eles próprios sustentavam estes medos. Até polícia era imposta como “bicho papão”. Muitas incorreções serviam como instrumentos de disciplina. Não tenho mais medo de fantasmas. Sei que visagens não existem. Tanto que morei por mais de seis anos em frente a um cemitério e sempre dormia com portas e janelas abertas. Sabia que os mortos só vivem em nossos sonhos, ou pesadelos. Tenho medo das conseqüências do tráfico e da onda de criminalidade, que não existiam em minha mocidade. Não posso mais ter sossego com portas e janelas abertas. As festas acabam no meio do seu tempo, pois depois deste limite o efeito das bebidas alcoólicas provoca intolerâncias, mal-entendidos e descontrole emocional, que muitas vezes resultam em socos, chutes, facadas, tiros... mortes. O transito se transformou em viagem de risco, onde a cordialidade, educação e prudência são valores escassos. Estudantes viram traficantes. Jovens são adotados pelas quadrilhas de criminosos. Até alguns padres e pastores roubam, matam e praticam pedofilia. Hoje vejo medo no olhar das crianças, jovens, velhos e adultos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Professores maltratados nas salas de aula é notícia trivial. Celulares nas mochilas de crianças, é para assaltantes como centenas de cédulas de cem reais. Nossos avós não podem mais passear sozinhos com bolsas. As coisas mudaram para muito pior. Quero que isso mude. Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão; a HONESTIDADE como motivo de ORGULHO; a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Abaixo o "TER", viva o "SER". Viva o retorno da VIDA: simples como a chuva e bela como o amanhecer. Vamos voltar a ser "gente". Construir um mundo melhor, onde as pessoas respeitem as pessoas. PRECISAMOS TENTAR. - (Obs. - Este texto é uma adaptação do texto de título original "Reflexões", de autoria da escritora Sara Maria Binatti dos Anjos).
Penso que é muito importante que os jovens olhem para o passado e, assim, inspirem-se para mudar o futuro. Os caras-pintadas da década de 90 mudaram a história, defendendo suas opiniões e destituindo um presidente do poder. Cada um fazendo sua parte, pode mudar aquilo que está errado ou que não concorda.
ResponderExcluirÉ necessário que os jovens procurem se informar e que vivenciem um pouco do que é lidar com entidades políticas. Um bom começo é formar um grêmio estudantil, ou aproximar-se da ala jovem de partidos. Ainda que não saibam bem o que cada partido defende, a melhor forma de saber é indo atrás.
ResponderExcluirO texto é da escritora gaúcha Sara Maria Binatti dos Anjos (registrado na Biblioteca Nacional através do EDA - Escritório de Direitos Autorais - de Porto Alegre/RS). Você apenas alterou palavras e frases ao seu bel prazer, mas pela ótica da lei deveria citar o título e a autoria corretos. (João Ignacio Petersen)
ResponderExcluir