Em entrevista à Tribuna, ontem, diretamente de Brasília, a assessora responsável pela unidade de laboratório do Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Lilian Inocêncio, confirmou que exames de Aids em pessoas que se vacinaram contra a gripe A (H1N1) podem ter resultado falso positivo. “Independentemente de terem se vacinado ou não, caso o resultado dê positivo o exame é sempre repetido, e isto é uma norma”, informa ela, com base em uma portaria de Ministério da Saúde, do ano passado. Em nota técnica, o MS, através da coordenação DST/AIDS, informa que já orientou os serviços de saúde de todos os estados em relação à questão. Segundo a nota, o resultado falso positivo acontece devido à produção de anticorpos IgM por quem recebeu a vacina. “O ideal é que todos aqueles que tomaram a vacina H1N1 avisem isso quando forem realizar o teste de Aids”, ressalta Inocêncio. Os profissionais de saúde ficam responsáveis pelo diagnóstico sorológico do HIV-1 e devem informar aos pacientes que receberam a vacina contra o vírus H1N1 sobre a possibilidade de resultado falso positivo nos testes que detectam o vírus da Aids. Caso necessário, também devem convocar os pacientes para a realização de nova coleta após 30 dias, até que o diagnóstico seja definitivo. “A reavaliação é o trâmite legal”, diz Inocêncio. Porém, o MS informa que é de fundamental importância a imunização contra o H1N1. “A nota sobre o resultado falso positivo de AIDS é uma medida preventiva, com o objetivo de tranquilizar a população. Porém, todas as unidades de saúde já foram contatadas em relação à situação”, informa Inocêncio. Casos de Gripe A – De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), desde o inicio do ano até o dia 14 último o órgão registrou 48 casos da gripe e uma morte continua sob investigação. Conforme o órgão, dos casos confirmados, 43 residiam no município de Santa Rita de Cássia, três em Salvador, um em Itabuna e um em Remanso. Em todo o país, o MS registrou até o dia 8 último 540 internações relacionadas à gripe H1N1. Desse total, 18% dos casos estiveram relacionados à gestação. Em relação às mortes, foram confirmadas neste ano 64 óbitos. Desses, 30% eram gestantes. No ano passado, de 2.051 óbitos registrados, 1.539 (75%) ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Entre as grávidas, o número de óbitos é 189, a letalidade entre os casos graves foi 50% maior que na população geral. Adultos de 20 a 29 anos concentraram 20% dos óbitos (416). As crianças menores de dois anos tiveram a maior taxa de incidência de complicações no ano passado (154 casos por 100 mil habitantes). Já nas crianças de dois anos a menores de cinco anos, a incidência entre os casos graves confirmados foi de 24 por 100 mil. Adultos entre 30 e 39 anos representam a maior parcela de mortes – 22% do total. NÍVEL DE ALERTA DA PANDEMIA ESTÁ NA FASE 6 - A Influenza A H1N1 é uma gripe pandêmica que atualmente está acometendo a população de inúmeros países. A doença é causada pelo vírus influenza A H1N1. A gripe foi inicialmente detectada no México no final de março de 2009 e desde então se alastrou por diversos países. Na ocasião, a capital mexicana ficou vários dias em estado de alerta total, com praticamente todas as instituições, privadas e públicas, fechadas. Desde junho de 2009 a Organização Mundial da Saúde elevou o nível de alerta de pandemia para fase seis, indicando ampla transmissão em pelo menos dois continentes. Os sinais e sintomas da gripe A são semelhantes aos da gripe comum, como febre, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dor na garganta e fraqueza. Entretanto, diferentemente da gripe comum, ela costuma apresentar complicações também em pessoas jovens. A contaminação se dá da mesma forma que a gripe comum, por via aérea, contato direto com o infectado, ou indireto (através das mãos) com objetos contaminados. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 70 graus Celsius destrói quaisquer microorganismos patogênicos. (Karina Baracho).
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