Esqueçamos boas ideias, excelentes projetos, promessas importantes, discursos empolgantes, carinhas bonitas e sorridentes, jingles dançantes e visitações domiciliares, pois não serão essas estratégias que mais influenciarão apoios e votos nas próximas eleições.
O pleito municipal é mais emocionante na majoritária e mais presente na proporcional, pois a maioria absoluta do eleitorado se envolve e se impressiona com os candidatos a prefeito e é mais exigente e constante junto com quem concorre ao cargo de vereador.
É numa campanha de vereador, onde ocorrem as maiores exigências assistencialistas e pedidos pessoais. O eleitor enxerga no candidato a vereador, quem tem dever de o beneficiar com penduricalhos, cestas básicas, dinheiro, bolas, bolos e até cachaça.
Para o candidato a vereador subjugar a fome desenfreada dos eleitores, o que mais ele necessita é de "matilha de lobos guarás" (malas recheadas de cédulas de duzentos reais). Sem lobos, sem votos! Comprando 3 mil "bonecos" (eleitores) ao preço de 200 reais (a unidade), o "lucro" (votos), será de 30%!
Com compra de 3 mil "bonecos", o candidato a vereador gastará 600 mil reais e correrá o risco do aproveitamento de apenas um terço desse investimento. Este é um recurso que deverá ser aplicado em somente um dia (o dia da eleição), mas o aproveitamento financeiro não é compensatório.
Um mandato parlamentar tem periodicidade de 48 meses, com subsídio mensal de pouco mais de 12 mil reais. Este valor multiplicado por 48, dará exatos 576 mil reais. Soma inferior aos 600 mil reais investidos para conquistar 4 anos de trabalhos legislativos políticos.
Portanto, para arriscar ser eleito vereador e obter uma compensação financeira inferior ao valor desembolsado, o candidao a vereador terá como seus maiores aliados nessa empreitada, os lobos guarás que tanto serão desejados e exigidos pelo eleitorado tão pilantra, quanto a quem ele venderá seu voto!
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