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5 de janeiro de 2023

MORTES QUE SÃO EVITÁVEIS

A maioria das mortes por acidente no trânsito, poderia ser evitada, se não houvesse a imprudência de motoristas, motociclistas e pedestres.

   Dentre as estatísticas tristes, principalmente, dos finais de semana destacam-se o chocante número de mortes decorrentes sucessivos de acidentes de trânsito. No Réveillon deste ano a PRF na Bahia registrou que 27 pessoas ficaram feridas e 5 pessoas morreram durante o feriado nas rodovias baianas.

Os homicídios em Itabuna possuem números de países em guerra. De 2010 a 2022, aconteceram 1.648 assassinatos na cidade e a absoluta maioria está no rol dos crimes sem identificação de causas e autorias. São números inaceitáveis.

Pesquisar e entender como e porque tais óbitos ocorreram é algo indispensável para que soluções possam ser encontradas e corretamente encaminhadas. No tocante aos homicídios, esse número é uma ferida aberta há muito tempo e uma tragédia já muito comentada. Mas precisa ser mais criticada ainda, pois este é o único caminho para se contrapor à banalização dessas ocorrências terríveis.

A cruel repetição desses números assombrosos tem o terrível efeito de “acostumar” a opinião pública em relação a essa monstruosidade que é Itabuna exibir estatísticas de mortes típicas de grandes capitais. Já em relação aos acidentes de trânsito, se faz necessário entender-se que suas causas são menos complexas que os assassinatos.

Estes se devem ao dilaceramento simultâneo do tecido social e da textura dos órgãos de segurança pública, enquanto aqueles – na maioria do caso – são decorrentes de falhas humanas muito mais simples de serem corrigidas. Apesar de ambas as estatísticas serem inaceitáveis, distintos caminhos se impõem à busca de soluções para cada uma delas.

Deixaremos para outra ocasião o terror dos assassinatos e, nestas linhas, tentaremos abordar algo mais sobre o horror das mortes no trânsito. Verdade é que a imprudência, normalmente, está na base da maioria dos acidentes de trânsito. Mas uma série de fatores, possíveis de serem corrigidos, contribui para essa alta mortandade, sem falar nos muitos sobreviventes com sequelas de todos os tipos.

Vias pessimamente sinalizadas, condições deploráveis das pistas, ausência de faixas de segurança e acostamentos dignos desse nome, falhas na fiscalização justamente nas áreas de risco potencial – tudo isso compõe um rol de medidas básicas que, se adequadamente observadas e corrigidas, proporcionariam o salvamento de muitas vidas, evitariam o padecimento de vítimas de acidentes e prejuízos materiais consideráveis.

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