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9 de julho de 2022

A DOR INEVITÁVEL EM NOSSAS VIDAS

O luto por quem amamos é sempre eterno, assim como as saudades e as lembranças de tudo que compartilhamos!

Recentemente faleceu o pai de um grande amigo meu e isto me fez relembrar do quanto é dolorosa a perda de um ser que amamos. Há 33 anos que minha amada e saudosa mãe Nice morreu e até hoje sofro sua falta. Por mais que a morte esteja presente em nossas vidas e arrebatando parentes e amigos amados, nós nunca nos conformamos com ela.

Em minhas reflexões, sempre avalio que só sabemos que existe a vida cotidiana porque temos a certeza (incontestável) da morte, e sempre me questiono sobre os tabus que circundam esse tão periclitante tema. Entretanto, sobre a morte, acho que podemos pensar de várias formas. Hoje, quero me ater ao que a morte de um ser representa para quem fica: o luto. Viver o luto para não viver desmotivado (a) com a falta daquele ser que partiu. Tão racional, tão bem elaborado, porém, na prática, é difícil… Exige coragem, exige fé, pede-nos determinação e tempo.

Tempo este que, numa sociedade acelerada como a que vivemos, torna-se uma condicionante por demais desaforada. Exigimos pressa, produtividade, publicação em tempo real, vida em “tempo real”… E acabamos nos esquecendo que a vida tem bastidores, e esses precisam ser, cuidadosamente, elaborados, para que possa haver uma vida real minimamente saudável.

Esses “bastidores” aos quais me refiro são esses momentos em que a vida nos convida para sairmos dos holofotes e vivermos o que, de fato, é preciso ser visto na nossa existência. A certeza de que, em mais ou menos dias, incontestavelmente, iremos nos deparar com a morte. Mas, dói demais quando essa dor é vivida pela perda de um ente querido.

Podemos dizer que o luto é um dos piores estados emocionais apresentados, e um processo que se inicia a partir da perda de um ente querido, também podendo ser evidenciado com igual intensidade quando se perde um vínculo afetivo, trabalho, ou contato com alguma experiência que estava acostumado.

É conflitante a ideia de que precisamos passar pelas situações da vida como que “robôs”, aperta um botão e está resolvido o problema. Amados leitores, não é assim… Cada indivíduo neste planeta - ainda não sabemos se existe vida em outros – tem o próprio tempo de viver o luto, e a literatura fala de um processo que dura mais ou menos dois anos. Após isso, podemos considerá-lo patológico.

Daí a importância de viver o luto, sentir o luto e, claro, se for o caso, procurar ajuda psicológica, psiquiátrica, e/ou buscar espaços de acolhimento e carinho, de modo que se permita dizer, em alto e bom som, do quanto vulnerável ficamos diante da vida quando perdemos aquele ser amado.

Porém, nós não podemos deixar que essa perda nos imobilize para estar na vida, vivo para àqueles que ficaram… Busquem seu centro e encontrará leveza. A vivência do luto talvez seja uma excelente oportunidade para nos autoconhecermos ou, ao menos, iniciarmos essa “linda viagem”, com novos significados e significantes.

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