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21 de julho de 2018

MEUS FILHOS SERÃO SEMPRE MEUS MENINOS

Meus filhos Vadinho, Pedrinho, Faninho e o neto Yan
Desde que nasceu o meu primeiro filho, deixei de pedir aos céus quaisquer bênçãos para mim próprio. Antes mesmo do seu nascimento, para ser mais exato: desde que eu soube que o Vadinho já estava se formando no ventre da Mônica, todas as minhas orações passaram a ser em função dele, pedindo insistentemente a Deus que o trouxesse até nós com perfeita saúde, que o livrasse de todos os males, que o fizesse muito feliz. Como todo pai de verdade, se eu pudesse o pouparia de todas as dores e decepções, o protegeria contra todos os ataques, o defenderia em todos os momentos da sua existência. Daria a minha vida para poupar a sua, se preciso fosse, e sentiria de bom grado em minha pele todas as chicotadas que estivessem reservadas pelo destino para lhe açoitar. Este mesmo sentimento eu tive quando nasceram meus outros dois filhos, Faninho e Pedrinho. Eu, em meus primeiros devaneios, imaginei-os magistrados, fazendo o bem a muitos com a distribuição correta da justiça, dando a cada um o que é seu. Depois, notando-os sem a menor empolgação com os assuntos do direito, desejei vê-los médicos, minorando a dor dos seus semelhantes no sacerdócio da ciência de Hipócrates. Esses eram, contudo, sonhos meus, não deles. E eis que os meus meninos, pois para mim ele continuam três meninos, elevados a altura maior do que a minha, as vozes grossas sobre o que querem ser. Estão desbravando novos horizontes, fazendo novas amizades, descobrindo mais sobre eles mesmos, vão aprendendo a ser gente, como diria minha saudosa mãe Nice. No meu coração, a alegria e a gratidão trazidas por eles estarem dando prosseguimento as suas vidas, se misturam com uma saudade que, doída, se aninha bem no fundo e me silencia a voz. Ver um filho criar asas é também pôr-se de frente ao nosso próprio envelhecimento. Os vôos deles são, de certo modo, o prenúncio dos nossos pousos, com trajetórias distintas que se cruzam nessa extraordinária aventura que é o viver, com todos os desafios, perigos e assombros. Como num piscar de olhos, hoje são três homens que caminham caminhos distintos, guardando em si, cada qual ao seu modo, a criança que teima em não desaparecer por completo. Jamais estarão sozinhos; o que construíram sempre lhes deixará fartos de ternura e de cumplicidade.

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