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| Vereadores de Itabuna, que votaram contra investigação dos indícios de corrupção, envolvendo a contratação da Biosanear pelo prefeito Cuma! |
Itabuna tem um grupo de uns dez a quinze vereadores,
que ainda não sabe que cabe a ele mostrar os problemas da comunidade e buscar
providências junto aos órgãos competentes. Mas não é só isso. Cabe-lhe também a
função de fiscalizar as contas do Poder Executivo Municipal e do próprio Legislativo.
Um dos pré-requisitos básicos da democracia é a existência de um Poder
Legislativo forte e realmente independente. Sem isso, a democracia é
deficiente, capenga. Em Itabuna, as leis que falam claramente em “poderes
independentes e harmônicos entre si”, estão distantes de se tronarem realidade.
Lamentavelmente, as contradições começam quando temos parlamentares, em sua
maioria, subserviente e fiéis aos interesses políticos e econômicos do prefeito
Fernando Gomes (Cuma). Em especial, o que acontece na Câmara Municipa de
Itabuna, é vergonhoso. Prefeito detêm a maioria dos vereadores os quais mantêm
com um “empreguinho” para a esposa, primo, cabo eleitoral, um benefício aqui,
outro ali… e assim, o vereador fica cada vez mais distante do verdadeiro papel
que lhe cabe como representante do povo, passando a ser apenas mais um
encabrestado, boneco de marionete, mequetrefe, boneco de ventríloquo,
office-boy e puxa-saco do alcaide. Cabe à população esclarecida, exercer bem o
seu direito de escolha, quando chamada às urnas para indicar sua representação.
É muito comum ouvir: “vereador não serve para nada”. Cabe ao vereador, expor os
problemas da comunidade e buscar providências junto aos órgãos competentes. Mas
não é só isso. Cabe-lhe também a função de fiscalizar as contas da prefeitura,
os atos do Prefeito, denunciando o que estiver ilegal ou imoral à população e
aos órgãos competentes. Portanto, o vereador é o fiscal do dinheiro público. E
aqui fica a pergunta: será que o vereador que presta apoio político
incondicional ao Prefeito em troca de “benefícios” pessoais, exercerá
livremente a função de fiscalizá-lo? Não. E é isso que acontece com a maioria dos
nossos vereadores em Itabuna. Isso precisa ser mudado. Vereador deve ser
independente, atuante, polêmico, e deve sempre ter a coragem de concordar com o
que considerar certo e discordar do que considerar que esteja errado. Deve agir
com conhecimento e desarmado de ódios ou rancores. É isso que a população deve
observar e cobrar de seus representantes. Aliás, a população precisa freqüentar
as reuniões do Legislativo Municipal, para saber como estão se comportando os
“representantes do povo”. Também é válido lembrar que pela estrutura social e
pobreza da população, ao vereador é sempre cobrada a função de assistente
social. Isso vem de longe. São os costumes “coronelísticos” que persistem, como
herança política da República Velha. Infelizmente, devido à realidade de
pobreza da maioria do nosso povo, ainda se pensa assim, o que torna desfigurada
a ação política. Essa mentalidade tanto compromete o eleitor, vítima maior, por
falta de educação política, quanto ao vereador, que não dispondo de condições
materiais para solucionar os problemas do seu eleitorado, obriga-se ao cabresto
do Prefeito. Mas, tanto no caso do eleitor como do vereador, predomina-se a
escassez de educação política. Precisamos de vereadores atuantes, dispostos a
romperem com os costumes persistentes de subserviência e vício. O vereador deve
agir sem apego a benefícios pecuniários. Ele deve usar, com disposição, a
prerrogativa de denunciar possíveis fraudes envolvendo dinheiro público,
sobretudo pela tendência descentralizadora existente, pois recursos estão indo
direto para as mãos dos Prefeitos, como é o caso do Ensino Fundamental e da
saúde. Vereador consciente contribui efetivamente para o desenvolvimento humano
de Itabuna, ajudando o povo a pensar e se organizar.

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