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| Cuma e Biosanear significam prefeitura pobre e prefeito rico. Esta é a causa de quem vota nulo, branco e se abstém de votar! |
O atual prefeito
de Itabuna, Fernando Gomes (Cuma), se elegeu com pouco mais de 34 mil votos e
quase 50 mil itabunenses se abstiveram, ou votaram nulo e branco. Foram
eleitores que não enxergaram ninguém menos ruim que Cuma, entre os demais oito
prefeituráveis das últimas eleições municipais. Votar nulo é algo que encerra
um duplo erro: o primeiro erro ocorre porque é a fuga da responsabilidade de
escolher candidatos melhores que os que estão lá atualmente. O segundo erro
porque os votos nulos e as abstenções ajudam justamente os políticos adeptos
das piores práticas eleitorais. Votar nulo ajuda os políticos que compram votos,
beneficia os que tem curral eleitoral, dá vantagem aos que tem voto certo em
sindicatos, igrejas, associações de moradores, máfias de classe e afins. Ajuda
àqueles malandros tradicionais que são eleitos mandato após mandato por um povo
que ainda troca apoio e voto por esmolas. Quem decide votar nulo dá voz apenas
a uma revolta irracional, tola e ineficaz, que acaba por favorecer os políticos
mais corruptos. Num país como o nosso, num momento como o atual, onde uma
parcela ainda majoritária do eleitorado não tem a menor consciência política, o
voto facultativo poderia facilmente resultar em desastre. Se tanta gente já
abdica de seu direito com o voto sendo “mais ou menos” obrigatório, trocando
facilmente o importante ato de responsabilidade cívica por uma mera ida à praia
justificada apenas pela reclamação vazia de que “votar não adianta nada”, o que
se pode esperar com o voto 100% facultativo? Vivemos uma realidade em que ainda
é muito comum o voto por cabresto, a troca votos por cerveja e churrasco
liberado, ou o endeusamento de políticos inescrupulosos por migalhas atiradas
em forma de pequenas obras e benfeitorias às periferias mais carentes. E veja
que sou (na verdade seria) a favor do voto facultativo, mas tenho a plena consciência
de que o voto facultativo funciona em proporção direta à qualidade da cultura
política e educação da sociedade onde ele é aplicado. O voto facultativo
prescinde de um povo capaz de pensar, compreender o cenário político de sua
comunidade e ter consciência da cidadania e da importância do seu voto. O
Brasil ainda precisa comer muito arroz com feijão pra chegar nesse ponto de
civilização, consciência e cidadania… Aqui ainda tem muita gente que dá as
costas pra responsabilidade de escolher os representantes que irão decidir a
nossa vida por 4 anos. Ainda é muita gente que prefere tratar o dia como um
simples feriado, e pagar uma ninharia de multa depois. Muita gente que prefere
deixar na mão dos outros a responsabilidade de decidir quem é que vai botar no
bolso ou aplicar em obras o imposto (um dos maiores do mundo) que todos nós
pagamos, pra recebermos de volta serviços públicos que estão entre os piores do
mundo! Hoje você olha o estado em que está a saúde, gente morrendo por falta de
médicos e medicamentos básicos para o atendimento, assim como médicos sem as
menores condições de fazer um trabalho digno, descaso de lado a lado. Você olha
as escolas sem professores, ou com militantes de sindicatos disfarçados de
professores querendo ensinar ideologia de gênero à força para o seu filho, mas
incapazes de fazer com que crianças cheguem aos 12 anos sabendo ler e escrever
direito. Você vê prefeito como o de Itabuna Cuma, empobrecendo a prefeitura
para facilitar o enriquecimento de parentes e aderentes; gastando milhões de
reais com lixo e tratando como porcaria investimentos com a saúde ou com a
educação do município. É daí que se vê o alto preço dessa falta de
responsabilidade com o voto. Se hoje só temos pra escolher o “menos pior”, é
porque nossa burrice deixou os maus ocuparem o lugar que era pra ser dos bons.
Temos que dar graças a Deus por ainda termos um ou outro “menos pior” pra
votar. Espero que eles aumentem em número e abram espaço para os bons de
verdade. Porque os ruins a gente já sabe como são. A nossa revoltinha besta e
falta de responsabilidade permitiram que eles chegassem lá. Graças à covardia
dos irracionais que abdicam de votar, que batem orgulhosamente no peito dizendo
que “não vota em vagabundo nenhum”.

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