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| Hoje também é dia das mães das mães! |
Enquanto
os olhos do mundo estão no bebê que acaba de nascer, a mãe da mãe enxerga a
filha, recém-parida. O papel de avó pode esperar, pois é a sua menina que
chora, com os seios a vazar. A mãe da mãe esfrega roupinhas manchadas de cocô,
varre o chão, garante o almoço. Compra pijamas de botão, lava lençóis sujos de
leite e sangue. Ela sabe como é duro se tornar mãe. No silêncio da
madrugada, pensa na filha, acordada. Quantas vezes será que foi? Aguentará a
manhã com um sorriso? Leva canjica quentinha e seu bolo favorito. Atarefada, a
mãe da mãe sofre em silêncio. Em cada escolha da filha, relembra suas próprias.
Diante de nova mãe, novo bebê, muito leite e tanto colo, questiona tudo o que
fez, tempos atrás. Tempo que não volta mais. Se hoje é o que se tem, então hoje
é o que é. Olha nos olhos, traz pão e café. Esse é o colo, esse é o leite. Aqui
e agora, presente. A mãe da mãe ajuda a filha a voar. Cuida de tudo o que está
às mãos para que ela se reconstrua, descubra sua nova identidade. Ela agora é
mãe, mas será sempre filha. Toda mãe recém-nascida precisa dos cuidados de
outra mulher que entenda o quanto esse momento é frágil. A mãe da mãe pode ser
uma irmã, sogra, amiga, doula, vizinha, tia, avó, cunhada, conhecida. O fato é
que no período que ocorre logo após o parto, a mãe necessita de união feminina,
dessa compreensão que só outra mãe consegue ter. O pai é um cuidador
fundamental, comanda a casa e se desdobra entre mãe e filho, mas é preciso
lembrar que ele também acaba de se tornar pai, ainda que pela segunda ou
terceira vez.

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