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| Existem muitos cantores de sucesso atualmente, que, com absoluta certeza, não seriam aprovados pelo juri do Sílvio! |
Certa tarde, juntamente com alguns amigos da velha-guarda, resolvemos entrar numa faixa de nostalgia e saudades. Colocamos para fora aquelas velhas canções dos grandes compositores, os que realmente faziam poesia nas suas músicas, não isso que se ouve hoje, envolvendo uma juventude desavisada e mal-educada artística e culturalmente. No meu tempo de menino, aprendíamos ainda no colégio a cantar e a ouvir boas composições; hoje, porém, nada disso acontece e o resultado é essa massificação de coisas que nem merecem ser consideradas como composições musicais, nem poesia bonita, boa, digna de ser ouvida e cantada. A televisão mostra tudo o que não presta e ainda contribui para enriquecer intérpretes que nem têm nem voz. Pouca gente se salva. Qualquer um pode abrir a boca e botar pra fora suas pornofonias e vai ver todos estão morando nos endereços mais caros de São Paulo e Rio de Janeiro. Pelo menos naquela tarde, saímos desse lamaçal de besteirol e passamos a nos deleitar com as vozes de Maria Bethania, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Dorival Caymmi, Zé Ramalho... com suas clássicas composições, que são referências do que há de melhor na história da música brasileira. Entre suspiros e recordações embaladas pelas vozes dos intérpretes daquele tempo que cantavam de verdade; entre um gole de vinho e o bater acelerado dos nossos corações, passamos uma bela tarde, um final de dia ou, como dizem os mais sofisticados, um happy-hour dos mais lindos. Esses momentos trouxeram para mim, pelo menos, uma volta virtual à minha doce época de adolescente. E uma intensa e bela impressão de vida.

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