Casal gay namora sem censura sob os olhares de policiais |
Uma pessoa morre por dia no Brasil vítima de homofobia.
Levantamento do Grupo Gay da Bahia aponta que neste ano foram 162 mortes. Os
dados de “Quem a homofobia matou hoje?” mostram que no ano passado uma pessoa
morreu a cada 25 horas vítima da homofobia, em números reais foram 343
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) mortos. No mundo,
pelo menos 72 países, estados independentes ou regiões criminalizam a
homossexualidade. Segundo informações de Marcelo Cerqueira, presidente do GGB,
dentre esses, oito aplicam pena de morte a homossexuais. Nesta semana um
episódio gerou revolta dos grupos LGBT e de grande parte da sociedade. Um áudio
da deputada estadual Janaína Riva no qual xinga o governador de “veado”, ganhou
até mesmo repercussão nacional. Conhecida como defensora da causa LGBT, o áudio
da deputada gerou espanto em muitos. Apesar de gravar um vídeo pedindo
desculpas, muitos pedem a saída dela do cargo. Também foi muito comum ouvir
defesas do tipo, quem nunca chamou alguém de “veado” e outros nomes.
Surpreendo-me com este tipo de posicionamento, não podemos aceitar que atitudes
como estas incentivem ainda mais a violência contra LGBT. Presenciei um fato
muito marcante e lembrei-me quanto pesa acharmos que ofensas são normais. Num
ônibus um casal gay estava abraçado e conversando como qualquer outro casal. De
repente olhei em volta dos mesmos, os que não saíram de perto do casal estavam
rindo da situação ou mesmo soltando frases discriminatórias. Parecia que os
jovens eram portadores de alguma doença contagiosa, e mesmo que fossem, nada
dava o direito das pessoas agirem daquela forma. O casal percebeu a situação e acabou
até se distanciando um do outro, fui até os mesmos e começamos a conversar.
Fiquei indignado com a situação, pois em outras vezes vi casais héteros quase
que em ato sexual em público e as pessoas agem normalmente. Qual o problema
daqueles dois jovens estarem de mãos dadas, qual o problema de se abraçarem?
Sei que muitas pessoas vão dizer que foge do padrão de família, que foge da
doutrina cristã. Mas e daí, o quanto cuidamos de nossas vidas hoje? O quanto
fizemos o bem para alguém hoje? Quem somos nós para julgarmos a vida do outro e
dizer o que é o padrão de felicidade, o que é certo e o que é errado. Devemos é deixar de incentivar
a violência, mostram aos nossos filhos que não existem diferenças e que todos
somos iguais. Precisamos pensar numa maneira rápida de agir contra a violência.
Não podemos esperar anos para que leis criminalizem a homofobia, enquanto as
famílias estão perdendo seus entes queridos.
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