Henrique Alves está entre os sete ex-presidente do Congresso, presos, ou respondendo processos por prática de corrupção |
O ex-ministro e ex-presidente da Câmara
de Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), foi preso nesta terça-feira, 6,
pela Polícia Federal. A ação faz parte de um desdobramento da Operação Lava
Jato. Batizada de "Manus", a operação é para investigar atos de
corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro na construção da Arena das
Dunas, em Natal, no Rio Grande do Norte. O superfaturamento identificado chega
a R$ 77 milhões. De acordo com a PF, a investigação foi aberta após a análise
das provas colhidas em várias etapas da Operação Lava Jato “que apontavam
solicitação e o efetivo recebimento de vantagens indevidas por dois
ex-parlamentares cujas atuações políticas favoreceriam duas grandes
construtoras envolvidas na construção do estádio”. “A partir das delações premiadas
em inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal, e por meio de
afastamento de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos, foram
identificados diversos valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre
os anos de 2012 e 2014, que, na verdade, consistiram em pagamento de propina.
Identificou-se também que os valores supostamente doados para a campanha
eleitoral em 2014 de um dos investigados foram desviados em benefício pessoal”,
diz a nota da PF. Cerca de 80 policiais cumprem 33 mandados judiciais, sendo
cinco de prisão preventiva, seis de condução coercitiva e 22 de busca e
apreensão nos estados do Rio Grande do Norte e do Paraná. Henrique Alves foi
alvo de um dos mandados de prisão preventiva. Ele foi ministro do Turismo dos governos
de Dilma Rousseff (2015-2016) e de Temer (2016), além de ter comandado a Câmara
entre 2013 e 2015. O deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB), que está
preso em Curitiba desde o final do ano passado, também é alvo da ação. O nome
da operação faz referência ao provérbio latino Manus Manum Fricat, Et Manus
Manus Lavat, que significa “uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra”.
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