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4 de junho de 2017

ACABOU A RECESSÃO, MAS A CRISE NÃO

Crise para Temer persiste, mesmo com o término da recessão
Na última quinta-feira/1º, o governo Temer comemorou efusivamente os dados do IBGE que mostram crescimento de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o quarto trimestre de 2016. É o primeiro sinal de crescimento da economia brasileira após oito trimestres seguidos de queda. Para Temer, o resultado mostra que o País finalmente saiu da recessão, recuperou a confiança e terá dias melhores para a população a partir de agora. Trata-se, segundo ele, do “renascimento” da economia brasileira. Embora haja motivos para comemorar, é preciso manter os pés no chão e aguardar os próximos trimestres, pois a economia ainda tem um longo caminho a percorrer para se recuperar e apresenta dados contraditórios. Especialistas alertam que, ao mesmo tempo em que o setor agrícola se expandiu, o consumo das famílias e os gastos do governo ainda apresentam queda. O País ainda tem 14 milhões de desempregados e, se comparado o PIB do primeiro trimestre com o mesmo período do ano passado, houve uma retração de 0,4%. Isso sinaliza que, em longo prazo, a situação ainda é crítica e não mostra claramente a retomada do crescimento. O setor de serviços, com o maior peso no PIB, ficou estagnado. O comércio, debilitado pelo desemprego alto, caiu 0,6%. Além disso, as incertezas causadas pela crise política, que não quer dar trégua, podem levar os empresários a segurar ainda mais os investimentos. Com isso, o alívio com essa alta do PIB pode não durar muito tempo, e a economia corre o risco de voltar a encolher entre abril e junho. Pode-se dizer que o Brasil saiu da chamada recessão técnica, mas está longe de sair da crise. O crescimento de 1% é um pequeno alívio se comparado às sucessivas retrações que a economia teve nos últimos anos. Não há dúvida de que o pequeno avanço do PIB é uma boa notícia, mas uma análise mais apurada dos dados mostra um quadro menos animador, apesar de todo o entusiasmo manifestado pela equipe econômica do governo. Afinal, o bom desempenho ficou muito concentrado na agropecuária. Além disso, se a crise política se prolongar ao longo do ano, a incipiente retomada econômica pode sair dos trilhos e, no pior cenário, o Brasil pode voltar ao quadro recessivo.

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