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| Os brasileiros estão esperançosos de um Brasil melhor em breve |
Os olhos do mundo se voltaram para nós. A grave crise institucional que o Brasil atravessa motivou até um pronunciamento do Papa Francisco: “Nestes dias em que nos preparamos para Pentecostes, peço ao Senhor para que o País, nestes momentos de dificuldade, siga pelo caminho da harmonia e da paz com a ajuda da oração e do diálogo”, afirmou o pontífice ao saudar os brasileiros em português. É como se o Papa tivesse respondido a um ministro do Supremo Tribunal Federal que afirmou, diante de tantas tentativas jurídicas de reverter o processo do impeachment, que se apelasse para a autoridade máxima da igreja católica. Uma ironia, sinal do quanto absurda a crise que mergulhamos se tornou. O processo na Câmara Federal foi conduzido por alguém que conseguiu a “proeza” de ser odiado por todos, governistas, não governistas, mídia, sociedade civil. Eduardo Cunha seguiu tranquilo no leme do impeachment até que finda a jornada, o STF, o reconduziu ao seu tamanho, um deputado que sonhou ir além das próprias pernas, que se enroscou em suas próprias caminhadas. Cunha foi defenestrado e vai para ostracismo. Parecia que tudo ia seguir a via da normalidade. O processo foi enviado para tramitação no Senado com a perspectiva do resultado que todos conhecem. De repente, não mais que repente, como diria Vinícius de Morais, o sucessor de Cunha, o inexpressivo e atabalhoado Waldir Maranhão, resolve encenar uma tragicomédia anulando o impeachment e pedindo que o processo fosse devolvido à Câmara. Novamente os olhos do mundo se voltaram para nós. Maranhão alcançou uma notoriedade fugaz e, como Cunha, o ódio de todos. Na calada da noite, voltou atrás, para alívio dos que estavam achando que o Brasil tinha desandado de vez. Ao longo dos últimos meses temos acompanhado o desacerto entre os poderes. A República parecia estar indo à deriva com as idas e vindas jurídicas, com as altercações parlamentares, com representantes da sociedade civil se digladiando nas ruas. Uma profunda crise institucional que só vai ser resolvida, a partir de agora, se as diferenças forem postas de lado em nome do Brasil.

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