Quando professores deixam salas de aula, significa que se se sentem desprestigiados, desmotivados, sem estrutura de trabalho e sem condições para que possa investir numa formação permanente. É a triste realidade. Com salários humilhantes, impedidos de se aperfeiçoarem e ameaçados pela ausência de segurança, aumenta o afastamento por doenças psicológicas e físicas, gerando o crescimento da carência de docentes. Por conseguinte, padecem os discentes, seus pais e, num olhar bem mais amplo, a nossa sociedade. Tem-se, ainda, o desrespeito à classe e a indisciplina de muitos alunos, como fatores que contribuem induvidosamente, para o agravamento da situação vivenciada. Vejam um dado estarrecedor: uma pesquisa que envolveu 100 mil alunos, em 34 países, evidencia que somente 12, 6 % dos Professores brasileiros mostram-se valorizados. Num universo de quase 88% de educadores, portanto, observa-se a decadência da nossa Educação, porque o Poder Público não sinaliza para um solução capaz de reverter, pelo menos a médio prazo, esse tristonho e repelente quadro. A Bahia, pelo que se tem anunciado (sem uma resposta satisfatória das autoridades), expõe uma situação que alcança o limite da calamidade. Tenho assistido aos pronunciamentos do Senador Cristovam Buarque, ao vivo, na TV Senado, ele que é um mestre e estudioso do assunto (bandeira de sua campanha eleitoral, quando se candidatou a Presidente da República), onde traça com letras desalentadoras, as perdas deste País, com destaque para o Sistema Educacional. Quando lemos informações que procuram contestar a realidade nacional, trazendo elementos que divergem substancialmente do que de fato ocorre neste Setor, só podemos imaginar que houve distorção na elaboração de cálculos e de “ metas alcançadas”. Uma constatação irrefutável: a)- nos vestibulares, um baixo número de aproveitamento; b)- nos concursos públicos, um reduzido índice de aprovação; c)- nos desempenhos de técnicos de todos os níveis, percebe-se , algumas vezes, a insegurança e a falta de capacidade criativa e de trabalho qualificado. Resultado, inquestionável, da ausência de uma base sólida que permita aos cidadãos se projetarem, serem mais úteis e confiáveis. Cadê a tão falada inovação?
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