Em Salvador, o Sete de Setembro foi mais um dia para não esquecer. Não pela festa da independência – esvaziada de
significado para os lutadores sociais – mas pelo Grito dos Excluídos que, mesmo
no seu dilema de apoiar os governos do PT e fazer avançar a luta dos movimentos
sociais, continua ocupando as ruas das capitais nesta data. Mas também será um dia que ficará na memória pela
repressão que tomou as ruas do Centro da cidade logo após as manifestações. Enquanto
no turno da manhã, no Grito dos Excluídos, tudo transcorreu em paz e com mais
de cinco mil pessoas nas ruas, entre movimentos sociais, sindicatos e populares;
no turno da tarde, no ato intitulado “Operação 07 de Setembro”, a repressão
saiu das casernas para atuar de forma ainda mais arbitrária e violenta do que
no mês de junho. Foram mais de cinquenta detenções, inclusive menores de idade
e pessoas que sequer participavam das mobilizações, no geral garotos negros e
da periferia de Salvador. Muitos
foram agredidos fisicamente, sofreram todo tipo de pressão psicológica e não
tiveram o direito de saber qual o motivo das suas prisões. Após um dia inteiro
de negociações, todos foram liberados. Porém, a exemplo do que ocorreu em junho, podem se
juntar aos outros setenta que correm o risco de serem indiciados, caso o
Ministério Público resolva realizar a denúncia. O crescimento da violência
policial e a seletividade das suas ações, com público-alvo bem definido,
expressa todo o racismo e opção de classe das forças repressoras baianas. A situação assusta porque estas forças são dirigidas
agora por um governo dito progressista, eleito com promessas diametralmente
opostas às que vem cumprindo. Porém, mais aterrorizante ainda é perceber, no dia seguinte, o silêncio
e a falta de solidariedade que tomou conta dos movimentos sociais, grupos e
partidos de esquerda. Se já não bastasse para estes ativistas terem somente o
apoio de advogados voluntários e de um representante da OAB para mediar a
situação com a polícia após as prisões, frise-se, sem colaboração de nenhum
sindicato ou movimento social histórico para fornecer suas estruturas de apoio
(o que era a prática recorrente nos anos anteriores aos governos Wagner, Lula e
Dilma), ainda se deparam com a postura lamentável de indivíduos e grupos que
saem em defesa da repressão e fazem coro à criminalização dos movimentos
sociais. O Coletivo Tarifa Zero de Salvador, independente de se alinhar ou não
às táticas destes indivíduos, os reconhecem enquanto companheiros e
companheiras de luta, entende a importância, nestes dias difíceis, de reforçar
os laços de solidariedade e de se somar àqueles que estão, de alguma forma,
denunciando o vandalismo do Estado e de suas polícias e lutando por uma cidade
menos segregada. Denunciamos a violência do Estado, questionamos os rumos que a
esquerda vem tomando e nos solidarizamos na prática com os presos e agredidos,
auxiliando-os na medida de nossas possibilidades. É nestas lutas e perspectivas
que seguiremos rumo à uma cidade sem exploração, sem opressão, sem violência
policial, sem catracas e sem tarifas. (Coletivo Tarifa Zero – Salvador - Foto
de Uirá Tiago Alencar).

SE A POLICIA É TRUCULENTA, É PORQUE O POVO É SEM EDUCAÇÃO. SOLIVALDO BORGES
ResponderExcluirTomara que tirem esses despreparados das ruas.
ResponderExcluirAbraços...
Luana Fontes
Policia para quem precisa de policia...!!!
ResponderExcluirFora com esses amadores que dão porrada sem saber o q estão fazendo e com quem estão mexendo!!!
Reginaldo Dantas da Silva
ACHO UMA TREMENDA COVARDIA, O QUE A POLÍCIA FAZ CONTRA JOVENS, QUE LUTAM POR UM PAÍS MELHOR E DENUNCIAM A CORRUPÇÃO, A IMPUNIDADE E PASMEM, A PRÓPRIA VIOLÊNCIA.
ResponderExcluirNÃO É A TOA QUE A MAIORIA DO POVO TEME A POLÍCIA, AO INVÉS DE RESPEITÁ-LA.
EDMILSON BATISTA DOS SANTOS
Covardia... truculência.
ResponderExcluirLucas