O governador
Jaques Wagner nunca deu demonstração de preocupação efetiva com o fato de
Itabuna está entre as cidades mais violentas do Brasil. Esporadicamente,
acontecem operações súbitas, inconsistentes e espalhafatosas com propósito de
fazer de conta que existe sim o enfrentamento à criminalidade na cidade. Então
as polícias invadem Itabuna, com veículos possantes, poder bélico
extraordinário e até com helicóptero. Entretanto, já no dia seguinte tudo
recomeça como se não houvesse acontecido nada na cidade. E os assaltos
sobressaltam; os roubos persistem; os arrombamentos a estabelecimentos
comerciais e residenciais acontecem corriqueiramente; as tentativas de
assassinatos e os espancamentos congestionam o atendimento de pronto socorro do
Samu e Itabuna segue sua sina de contar, invariavelmente, um homicídio em cada
dois dias. As drogas e as armas se transformaram em artigos fáceis de serem
adquiridos e deixam um rastro d sangue e dor por onde passam. E invadem todos
os lugares. Os bairros de periferia possuem mais “bocas de fumo”, que escolas e
igrejas. E maconha, cocaína e crack são vendidos nas ruas, como comercializavam
pirulitos no palito antigamente. Novamente Wagner manda seu aparato policial
para amedrontar os criminosos e responder aos apelos da sociedade organizada
itabunense, que agoniza perplexa e desguarnecida. Foi assim ontem com presos, líderes de quadrilhas rivais que
comandavam o tráfico de drogas de dentro da penitenciária de Itabuna, sendo
transferidos para a penitenciária federal de Campo Grande. Isto foi resultado
da Operação Libertad, deflagrada na madrugada de quarta-feira, com a
participação das polícias Civil e Militar, do Ministério Público e da
Secretaria de Administração Prisional e Ressocialização. Até o secretário da
Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa esteve no desenrolar desta ação
policial. Na operação foram 21 presos, sendo 17 com mandados de prisão e quatro
autuados em flagrante com droga ou armas. Foram apreendidos meio quilo de crack
e maconha, dois revólveres calibre 38, quatro carros e duas motos. Oitocentos
policiais trabalharam em uma das maiores operações executadas no interior da
Bahia. Lamentável é saber que hoje não mais existe o mesmo ímpeto de combate ao
crime e os bandidos logo voltarão a mandar e desmandar, aterrorizando e
demarcando território em Itabuna, que não tem de “Cidade da Paz”!
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