Não se pode dizer que sejam paradoxais as reações individuais das pessoas ao
tomarem conhecimento das manchetes diárias dos veículos da mídia em geral em
torno das cenas bárbaras de violência contra a vida humana, mostrando cadáveres
prostrados em poças de sangue, retrato de uma época onde a vida parece não ter
mais significado. Vivêssemos na época da inquisição espanhola, ou na época diabólica
de Hitler, e a guerra de 39/45, com soma de 70 milhões de mortos, se
justificariam então os atos hediondos de violência ligados ao fanatismo
religioso e aos rudes processos de enlouquecimento misturado ao ódio. A
evolução do mundo distante daquele período muito pouco se distanciou dos
métodos usados há pelos menos 350 anos, onde a sensatez e a importância da
vida, em nada prevaleciam. Hoje, em relação àquela época, pouco se diferencia,
como prova o sangue derramado pelas ruas imundas das cidades, com diminuta
atenção da população, que encara o assunto como trivial. Conclui-se então que o
progresso, meta de cada pessoa, fica sacrificado permitindo várias conclusões
até vontade sem controle, abrindo portas para falta de amor e o domínio da
violência. Existem remédios para
curar o malefício imposto à sociedade, justamente na escolaridade, na
desigualdade entre ricos e pobres, e de muitos outros. Como combatê-los, porém,
sem humanização no atendimento ao próximo, sem nada esperar em troca, adotando
a prática da extrema humildade? Na lógica do mundo moderno não há lugar para
sentimentos, gerando indiferença à dor alheia. Os desvarios de pessoas em se
adiantar à lógica do tempo que lhes pertence, causam miopia, sem enxergar o
tempo se esvaindo e ter vivido verdadeiramente, e não passar em brancas nuvens.
Causa calafrios imaginar-se que a expansão demográfica levará o Brasil a ter
uma população estimada em 250 milhões de habitantes, em 2050, sem antes cuidar
das possíveis consequências decorrentes dos costumes da futura realidade. O
avanço tecnológico tem afastado o homem de suas origens, tornando-o
individualista e insensível.
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