A ministra do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, voltou a destacar na quinta-feira, 7,
que aproximadamente 700 mil famílias continuam na miséria e fora dos programas
sociais, ao participar do evento Diálogos Governo-Sociedade Civil: Plano Brasil
sem Miséria, no Palácio do Planalto. De acordo com último balanço do governo,
22 milhões de brasileiros deixaram a extrema pobreza desde junho de 2011,
quando foi lançado o Plano Brasil sem Miséria. Para estabelecer a faixa
populacional que se encontra na miséria, são usados critérios, variáveis de um
país para outro. Além da baixa renda, são considerados insegurança alimentar e
nutricional, baixa escolaridade, pouca qualificação profissional, dificuldade de
inserção no mercado do trabalho, acesso precário à água, energia elétrica,
saúde e moradia. No caso do Brasil, o governo federal estipulou que o indivíduo
com menos de R$ 70 (per capita) mensais está em extrema pobreza. O valor foi estipulado
durante a elaboração do Brasil sem Miséria, após discussões com especialistas.
Foram levados em conta três referências. A primeira foi o parâmetro
internacional de que uma pessoa necessita de, no mínimo, US$ 1,25 por dia para
viver, previsto dentro dos Objetivos do Milênio da Organização das Nações
Unidas (ONU). O segundo item de referência foram os resultados da Pesquisa de
Orçamento Familiar (POF), que mostram os gastos das famílias. Por fim, foram
considerados estudos, tanto nacionais quanto internacionais, que apontavam
valores semelhantes aos de R$ 70 por mês como linha de extrema pobreza. Para o
Banco Mundial, é considerada pobre a pessoa que dispõe de até US$ 2 por dia
para sobreviver, e extremamente pobre, US$ 1,25. A União Europeia define como
pobre quem ganha 50% ou 60% da renda mediana, e extremamente pobre 40%. A linha
foi estabelecida a partir do rendimento do indíviduo, que indica também
carência na educação, saúde, alimentação. “Um mesmo país pode ter mais de uma
linha [de extrema pobreza], como ocorre nos Estados Unidos. Em países
desenvolvidos, o valor referencial é muito mais alto para a linha que define a
pobreza e a miséria. Os países em desenvolvimento foram refinando esse
parâmetro ao longo do tempo”, explicou o pesquisador do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), Pedro Souza. Diante desse cenário, o pesquisador
destaca que grande parte dos países recorre à assistência social como forma de
melhorar a situação das famílias. “Todos os países têm algum tipo de programa para
famílias muito pobres. Assistência social existe em todos os países do mundo”,
disse. A partir do Censo 2010, contabilizou-se que 16,2 milhões de pessoas
viviam na extrema pobreza no Brasil.

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