Meu amado neto Yan Pablo nasceu...
Estamos longe fisicamente um do outro, mas o sinto palpitando em meu coração. É
uma emoção indizível, indescritível... as palavras ficam frágeis diante de um
acontecimento tão comum e tão único na história da humanidade. É necessário
pensar sobre ser avô. Vamos lá! Perdemos o sentido do ritual de passagem. Os acontecimentos
ficaram banalizados assim como a dor da perda! Tudo rápido! Esse rito de
passagem é necessário para que a nossa psique tome como referência profunda a
experiência de vida deste momento luz! Momento divino em linguagem Cristã. Pensando
nessas datas, nas pessoas, nos nascimentos, nas mortes, nos outros e em nós, a
experiência de “ser avô” é ampliada no viver do homem. Não um avô para cuidar
dos netos, levar para a creche, ficar... brincar... etc e tal... Não! Estou me
referindo a algo mais profundo que toca a alma. Lembro-me da história de Abraão
quando, segundo a narrativa bíblica, Deus pediu que sacrificasse seu filho...
Ele, certamente marcado pela dor, foi fiel e “confiou”. Confiar é o ato de
bem-aventurança, de plenitude, de atribuição humana. Então, a vida nos
presenteia com o milagre da maternidade vindo dos nossos filhos. Você vai acompanhando
o ciclo da vida... Às vezes, e muitas vezes, em nome de um consumismo selvagem
perde-se essa dimensão de tudo e de todos. Por isso, falo do estado luminoso de
“ser-avô”! Avô que abençoa cada criança que nasce na família! Avô que reza de
uma forma silenciosa quando todos estão aflitos por alguma coisa. Avô que é
presença energética de abençoar suas raízes e sua ancestralidade. A condição de
avô nos dá o resgate da sabedoria interna... Das histórias vividas... Dos dramas
passados... Da história presenciada... O avô sabe e sente no seu coração todas
as dores e alegrias porque é dele que, surgiu a pedra-fundamental da existência
paterna! É isso! Ser avô é estar conectado com Deus! É mais pleno o sentir da
sua bondade, sua generosidade, sua força, sua energia divina. O avô deve sempre
ter em mente os descendentes. É dela que a rede do DNA vibra e atuam nas
vivências, emoções, experiências! É algo de infinito que como as estrelas no
céu nas noites escuras nos iluminam. A presença do neto ilumina uma família! Paradoxalmente,
rejuvenesce o homem. Resgata a boa gargalhada que vem de longe, de algum lugar
da casa, quando todos se envolvem na mesa e celebram a vida! Lembro-me da minha
amada e saudosa mãe – uma mulher maravilhosa - que amaria tanto este momento!
Deus agorinha deve estar acariciando seus cabelos e a parabenizando. E eu
desejaria tanto fazer isso também. Este texto, com gosto de história do
interior, com cheiro de cocada preta da Bahia, doce de leite e arroz doce
pintado de canela... fala dessa memória. Quem tem a chance de ver bem de perto
os descendentes tem a experiência que a alma reconhece como única, extraordinária
e indizível! Porém, tem avô que não pode estar perto... então, a nutrição passa
pela reza, oração e vontade de um amor que só Deus explica! Mesmo assim, abençoa
com o coração cheio de amor pela vida. Ser avô, para nós homens, pode ser a
possibilidade de criar novos rumos no viver, re-contar histórias, escrever,
registrar os eventos... Ancorar uma energia da sua origem familiar. Somos todos
um! Estou feliz ao inaugurar a época de neto e netos abençoados por existirem
em minha vida! Que essa criança cresça e se torne uma árvore acolhedora...
Bênção e Luz para todas as pessoas que saborearem ser de Deus de qualquer forma
e de qualquer jeito! Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar, vamos dar a meia
volta, volta e meia vamos dar. Até a próxima volta!
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