Criança tem direito de sonhar com
castelos, príncipes e princesas. Tem direito de sorrir, de correr descalça pela
rua sem precisar temer o “Velho do Saco” que “rapta” as desobedientes. Não
deveria temer os dragões e as bruxas megeras, feiosas e malvadas que interferem
na história sem pedir licença. A criança deveria acreditar no “final feliz” dos
contos infantis e reinventar uma “Bela Adormecida” diferente, que, mesmo não
sendo bela, consegue acesso igualitário à felicidade. Toda criança tem direito
de crescer num mundo que não precisaria ser encantado para ser do bem e da paz.
Não deveria desejar a companhia de um super-herói invencível, com forças
suficientes para vencer qualquer barreira, pois, nesse mundo feliz em que ela
vive, este super-herói seria dispensável. A criança deveria ter assegurado o
direito de fazer criancice sem ser mal-interpretada, não se preocupando tanto
assim com os bons modos impostos por uma sociedade que, infelizmente, perdeu
sua conexão com a própria infância. Criança deveria ter direito a conhecimentos
de vida, não sendo incentivada a desrespeitar os mais velhos como os
adolescentes e jovens de programas televisivos. Direitos respeitados no hoje
fazem um amanhã melhor, no qual não haverá a menor necessidade de uma “Fada
Azul” para dar vida a um tipo de Pinóquio capaz de afastar a solidão. Aquele
“Lobo feroz e faminto que derruba casas apenas com o sopro” não precisará ser
temido por aqueles que habitam seguramente em corações que aprenderam a amar.
Criança tem direito a viver em companhia de outras crianças, diferente da
Branca de Neve que, isolada no castelo, só descobriu os 7 Anões depois de
passar por apertos e dificuldades. Criança tem direito a ser criança, tem
direito de sonhar e realizar, de viver e ser feliz, de aprender a ler o seu
mundo e a escrever as páginas de sua vida de um modo muito melhor. Tem direito
de saber que, mesmo que se viva 100 anos, a vida é um breve conto. Então, que o
conto de vida de uma criança não seja limitado a apenas um final feliz, mas que
o início e toda a sua vivência também sejam repletos de amor, alegria e paz.
Assim, qualquer outro direito de criança já estará contemplado, pois nossas
crianças estarão vivendo num mundo real, tendo asseguradas as melhores
características do mais bondoso imaginário.
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