Hoje o Evangelho nos fala sobre dois temas contemporâneos¬: a nossa cruz de cada dia e o seu fruto, quer dizer, a Vida em maiúscula, sobrenatural e eterna. Ficamos de pé para escutar o Santo Evangelho, como símbolo de querermos seguir os seus ensinamentos. Jesus diz que nos neguemos a nos mesmos, clara expressão de não seguir o “gosto dos caprichos” —como menciona o salmo— ou de afastar «as riquezas enganadoras», como diz São Paulo. Tomar a própria cruz é aceitar as pequenas mortificações que cada dia encontramos pelo caminho. Pode-nos ajudar para isso a frase que Jesus disse no sermão sacerdotal, no Cenáculo: «Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda» (Jo 15,1-2).Um lavrador esperançoso, mimando o racimo para que alcance muita qualidade! Sim, queremos seguir ao Senhor! Sim, somos conscientes de que o Pai pode ajudar-nos a dar abundante fruto em nossa vida terrenal e depois gozar na vida eterna. Santo Inácio guiava a São Francisco Xavier com as palavras do texto de hoje: «De fato, que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida?» (Mc 8,36). Assim chegou a ser o patrono das Missões. Com a mesma nuança, lemos o último Cânon do Código de Direito Canônico (n.1752): «Tendo-se diante dos olhos a salvação das almas que, na Igreja, deve ser sempre a lei suprema». São Agostinho tem a famosa lição: «Animam salvasti tuam predestinasti», que o ditado popular traduziu-a assim: «Quem salva uma alma, garante a sua». O convite é evidente. Maria, Mãe da Divina Graça, nos dá a mão para avançar neste caminho. MEDITANDO O EVANGELHO DE HOJE - O Evangelho de hoje nos tras uma pergunta mais do que obvia: De que adianta alguem ganhar o mundo inteiro se perder a própria vida? e acrescenta: E que poderia alguem dar em troca da própria vida? A tais perguntas não podemos nos furtar de refletir, pois as respostas que lha damos sinalizará o caminho que estamos seguindo na tentativa de viver a vida, bem assim as mudanças que precisam ser feitas. Também na liturgia de hoje encontramos a carta de São Thiago que nos afirma que "A Fé sem obras é morta". De fato, na sociedade brasileira não faltam manifestações de fé, no entanto as obras de justiça, ética, partilha e misericórdia decorrentes dessa fé, que se professa com a boca, são escassas. Estamos, isso sim, querendo garantir nossa vida com tudo que pudermos acumular, sem partilhar, para que nada nos falte, ainda que falte a tantos injustiçados.Que nossa fé se manifeste em nossas atitudes para que possamos garantir a vida que Deus nos propõe. Abraço Fraterno, Rita Arcanjo.
Amém '
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