“Chicleteiro eu, chicleteira ela”. Com este refrão, Bell Marques, da banda Chiclete com Banana, iniciou o show que guiou uma multidão na abertura do Carnaval no circuito Osmar (Campo
Grande), na noite desta quinta, 16. Após desejar “boa sorte” aos foliões, o líder da nação chicleteira embalou jovens, adultos, idosos e até mulheres grávidas na descida da avenida em direção à Praça Castro Alves onde tinha um encontro marcado com a banda Oito7Nove4, formada por seus filhos Rafa e Pipo. E o melhor é que tudo aconteceu na versão paz e amor, sem brigas, como alguns foliões temiam, por conta das músicas agitadas da banda. Chicleteiros – apelido mais utilizado para a legião de fãs do Chiclete – se emocionaram com a volta do grupo ao Campo Grande num trio sem cordas. Segundo o presidente do Conselho Municipal do Carnaval, Fernando Bulhosa, a última vez que a banda saiu com esse formato no circuito Osmar foi em 2006. COMOÇÃO - A emoção de ver a apresentação livre de Bell Marques e companhia comoveu a funcionária pública da área de saúde Nilda Góes, 74 anos, que comparou a ocasião ao um outro momento muito especial em sua vida. “Estou sentindo o mesmo frio na barriga que tive quando fui Rainha do Carnaval do bairro do Uruguai em 1958. O amor pelo Chiclete é inexplicável”. Foi justamente esse amor que uniu na noite desta quinta, 16, dezenas de gerações e culturas diferentes. Um grupo de argentinos, por exemplo, pela primeira vez foi conferir de perto como é acompanhar o Chiclete. "Já ouvíamos falar dessa energia, mas viver isso vai ser bem diferente”, disse o argentino Javier Zlatris. Já para Maurício Reis, 12 anos, ir atrás do trio de uma das bandas mais consagradas do Carnaval foi uma mistura de aventura e alegria. “Toda minha família é chicleteira. Tinha que ter esse amor também”, disse Maurício que é natural de Feira de Santana. A tia do adolescente, Cristiana Reis, não escondia a felicidade de ver a família reunida no Carnaval de Salvador. “Eu sempre acompanhava o Chiclete colada na corda, mas hoje (ontem) vai ser bem diferente porque o show dele é para o povão. E estar aqui com meus sobrinhos, irmã e cunhada é mais especial ainda”, acrescentou. Um grupo de amigos resolveu curtir a festa com camisa padronizada e tudo. Além de moradores de Salvador, veio gente do Espírito Santo para a folia em conjunto, como Shelley Lucy Rodrigues. Há três anos ela vem à capital da Bahia para curtir a banda. “Sempre saímos nos blocos pagos, mas essa ideia de sair sem cordas, além de ter sido ótima para a alegria da galera, para nós significa mais um dia de Chiclete”, disse. TRANQUILIDADE - A saída da banda Chiclete com Banana sem cordas reforçou a vontade dos foliões de ver o circuito Osmar voltar a ocupar a sua posição de principal circuito da folia. “Esta ideia foi genial. Outros artistas deveriam fazer o mesmo, afinal de contas o Carnaval começou aqui, no Campo Grande”, avaliou a professora Cristiana Reis. A mesma opinião tem o oficial de justiça e chicleteiro de carteirinha, Mário Botelho, 28 anos. “Essa iniciativa de trios sem cordas no Campo Grande é fantástica. As pessoas que não têm condições de pagar os abadás desses grandes blocos precisam dessa alegria. Isso é ótimo para a proposta de revitalização do circuito”, destacou Botelho. “A população soteropolitana estava precisando desse presente. Acredito também que quando os artistas fazem isso estão dizendo que respeitam o público baiano” analisou a assistente de serviços gerais, Kátia Maria da Silva. O que se viu na quinta no Campo Grande, na avaliação dos foliões, é esperança para uma maior democratização do Carnaval de Salvador. “Que isso vire uma tradição. Que possamos curtir a festa e os artistas sem ter que pagar valores caríssimos para uma festa que é na rua”, torce o folião Vanilton Castro Lima. (Juliana Dias).

Val Cabral
ResponderExcluirQuem quiser que goste do carnaval. Porém, considero esta festa como a mais diabólica que existe, pois faz o governo gastar milhões de reais em coisas inúteis, enquanto faltam verbas para saúde, segurança, educação e assistência social.
Sem falar nas ocorrências políciais e lares desfeitos...
Maria Helena Dias de Souza
BEL É BEL... É MEL É O GOSTO DA MAIOR FESTA PÚBLICA DO MUNDO.
ResponderExcluirE VIVA O CARNAVAL!!!!!!!!!!!!
EVERALDO BRANDÃO
Prezado amigo Val Cabral
ResponderExcluirA loucura do carnaval é parte da necessidade humana de se libertar dos padrões vividos no cotidiano. Segundo Platão: “Sócrates afirmava que conhecemos dois tipos de loucura:uma que deriva dos males humanos, e, outra, quando o Céu nos liberta das convenções estabelecidas”. Bom carnaval para todos.
Paulo do Pontalzinho
paupont@bol.com.br