Prefeitura Itabuna

20 de novembro de 2011

OS BACHARÉIS SE ACOTOVELAM NA PORTA DE ENTRADA DA ADVOCACIA

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu por unanimidade de votos a constitucionalidade do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O ministro Marco Aurélio Mello, condutor de um magnífico voto favorável ao Exame, realçou em sua argumentação que muitas faculdades de Direito “vendiam sonhos e entregavam pesadelos”, referindo-se claramente à péssima qualidade de algumas instituições de ensino jurídico que não conseguem prestar um serviço decente. O alerta do ministro nos faz sugerir o debate sobre a quem interessa esta multiplicidade desmedida de cursos de Direito no Brasil. Em nosso País temos mais faculdades de Direito do que a soma das instituições existentes no mundo inteiro! Sim, no Brasil temos mais de 1200 cursos de Ciências Jurídicas, enquanto o resto do planeta conta com 1100 faculdades deste gênero. Não defendemos elitização ou inacessibilidade à carreira jurídica. Muito pelo contrário, é digna de comemoração cada carteira da OAB que entregamos, assim como cada aprovação no vestibular de Direito que acompanhamos. Agora, não podemos compactuar com um cenário em que o aumento da oferta de vagas se conjuga com o aviltamento da qualidade dos cursos. E, lamentavelmente, esta foi a opção adotada pelo Brasil por meio de uma política permissiva do Ministério da Educação (MEC), não imune à crítica permanente da OAB. Neste cenário, quem sofre são os estudantes prejudicados por uma inflação de cursos, parcela destes de qualidade duvidosa. Prejudicados também ficam os professores de Direito com o rebaixamento de seus salários e más condições de trabalho. E macula-se a sociedade com a enxurra da de profissionais precários em termos de formação que são lançados no mercado. Neste universo há milhões de bacharéis que têm o direito de sonhar com desenvolvimento profissional por meio da graduação em Direito e do acesso à advocacia mediante Exame da OAB. Mas estes bacharéis acabam, após a festa de formatura, acordando para o pesadelo do diploma inservível, a ser recauchutado por cursinhos preparatórios paralelos à faculdade. A quem serve esta propaganda enganosa e esta realidade implacável que lesa milhares de estudantes? O Brasil precisa debater esta questão e rever a quantidade faculdades públicas e privadas de Direito que se multiplicam como metástase em todo o País. Caso contrário, como zumbis, jamais acordaremos deste verdadeiro transe.

Um comentário:

  1. Quero expressar minha total admiração pelas matérias, principalmente no que diz respeito a política, com históricos completos, esclarecedores e envolventes. Realmente vocês são o melhores da internet. Meus parabéns. Elizabeth Sabóia da Silva

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