Mais uma vez, as notícias de assassinatos ocorridos num fim de semana chocam a opinião pública. No Rio de Janeiro, a morte do cinegrafista Gelson Domingos da Silva é mais um tiro no sonho de pacificação dos morros cariocas. Em Itabuna, o chocante foi o número de homicídios já ocorridos em 2011: 114 – mais de uma centena de vidas que foram perdidas e a maioria por causa do trafico de drogas. Entre a comoção provocada pela execução do cinegrafista da TV Bandeirantes e o sentimento de banalidade decorrente das 114 mortes em Itabuna, é impossível, ao olhar mais atento, não perceber as contradições de um Brasil flagelado pelo banditismo. Se observarmos as manchetes aplicarem nosso senso crítico, poderíamos deduzir que Itabuna está mais mortal que o Rio de Janeiro, posto serem esses os números de destaque nos noticiários daqui e de lá. Porém, o simples bom senso indicará que mais de uma pessoa pode ter sido assassinada na Cidade Maravilhosa no mesmo intervalo de tempo em que os homicídios são assinalados em nosso Município. Ao se consultar a internet, porém, percebe-se que, seja na mídia carioca, ou mesmo na imprensa de outras cidades, esse número não é apresentado pelas reportagens. Daí ser impossível saber, com presteza, qual a relação entre a mortandade itabunense e a assinalada nos demais Município baianos e outros Estados. Teremos que esperar o prato feito por algum instituto (quiçá ONG) nacional. O fato é que pouco se sabe sobre os números diários do bandidismo no Brasil, assim como menos se tem conhecimento sobre os critérios usados para as tabulações estatísticas. Tendo conhecimento de quantos assassinatos foram cometidos em Itabuna, como saber, em tempo hábil, livre de manipulações, quantos assassinatos foram cometidos no Rio de Janeiro? Latrocínios foram computados junto com os homicídios? Ou seja: qual cidade não será a mais violenta nesse Brasil aterrorizado pelo banditismo?
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