Uma boa notícia para a cacauicultura baiana. Durante o último salão do chocolate de Paris, um produtor de Uruçuca, no interior do estado, ganhou o prêmio internacional Cacau de Excelência. Por conta da técnica inovadora da fabricação das amêndoas recentemente o produtor recebeu o prêmio ‘Cacau de Excelência’, durante o salão internacional de chocolate de Paris na ‘categoria Frutas Secas – América do Sul’. O sabor da amêndoa teria sido o principal critério de escolha. Em 2010 o produtor havia sido premiado na categoria ‘Cacau Chocolate’. ‘É muito importante para a região porque abre uma perspectiva. Hoje ninguém mais pode dizer que o cacau brasileiro não é mais um bom cacau. Antes o Brasil não havia sido reconhecido com um cacau de qualidade, e hoje em dia, isso é fato. Alguns chocolateiros do mercado nacional já despertaram para essa qualidade”, explica o produtor João Tavares. O PROCESSO - Em 1999 o produtor rural João Tavares plantou cacau clonado na fazenda dele, que fica na zona rural de Uruçuca. “Na verdade esse trabalho foi voltado para a tolerância à vassoura de bruxa. Quando nós iniciamos, nós não vislumbramos a qualidade do material genético, mas ao longo do tempo se verificou que esse material possui características únicas, tendo sido muito apreciado lá fora. Então temos um fruto onde ele tem uma polpa doce com notas de flores e frutas e isso é uma característica genética muito importante”, explica o cacauicultor. O produtor decidiu agregar valor ao produto, adotando um sistema de beneficiamento das amêndoas do cacau que ele mesmo criou. O processo começa ainda durante a colheita. Somente os frutos sadios são selecionados. Depois, o processo de fermentação é feito em cochos cilíndricos diferentes dos tradicionais, que são quadrados e mais fundos. Isso permite, entre outras coisas, menor variação de temperatura. Já a secagem é feita primeiro sobre uma tela. Após três dias o processo é finalizado em uma barcaça convencional forrada de madeira. Por fim, os grãos seguem para um processo de maturação. “A partir daí elas vão para uma outra fazenda onde elas são limpas, ensacadas, sofre um processo de maturação de três a quatro meses e a partir daí eu faço uma avaliação. A amêndoa que consegue se desenvolver com toda sua potencialidade aromática, aí então ela vai ser comercializada. “, explica o produtor. O beneficiamento tem ajudado o produtor a manter o cultivo. A produção é vendida para o mercado nacional e exportada para quatro países da Europa, todos, fabricantes de chocolates finos.
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