O PREFEITO TRATADO COMO SACO DE PANCADA

Os municípios sulbaianos há algum tempo, estão vivendo de esperança de que os mandatários do Estado e da União cumpram as suas promessas. Com a estrutura administrativa completamente sucateada, sem contar com uma receita orçamentária anual capaz de atender às mínimas necessidades de suas despesas, vão, prefeitos e vereadores, aos troncos e barrancos esperando que sejam acudidos pelos “primos ricos”. Sem poder pagar salários compatíveis com as exigências dos conhecimentos necessários para que o servidor municipal exerça o comando das ações executivas no município, o mandatário da prefeitura vê-se obrigado a improvisar e a acalmar a população que quer mais porque sempre paga mais. A arrecadação própria absolutamente insuficiente e sem condições de pagar os próprios funcionários que trabalham no sistema de arrecadação e contando com contribuintes que precisam também de ajuda, ficam os prefeitos sem possibilidade de investir na modernização da arrecadação, uma vez que a estrutura da administração municipal não lhe permite qualquer condição. Os sistemas municipalizados de saúde e de educação são entregues com os seus custos, tanto de pessoal como de material, mas não lhes são dadas as condições para pagar esse pessoal ou adquirir o material necessário. Vivem os prefeitos, por isso, sempre como miseráveis pedintes, sendo desrespeitados por todos, inclusive pelos seus próprios munícipes, que acabam não compreendo os motivos de tantos problemas sem solução, alguns até parecendo elementares e que funcionam como uma máquina que, no dia a dia, vai destruindo a capacidade de reação dos prefeitos. Ninguém aparece para ajudá-los. Não tem qualquer estrutura em formação ou mesmo em estudo, que vá servir de apoio ao prefeito municipal daqui a um, dois, ou sabe lá quantos anos. Quando o governador vai ao município, o prefeito ainda tem que disputar o lugar na agenda para que o “visitante” lhe dê uma oportunidade de mostrar um pouquinho das suas necessidades, todas emergências e urgentes. Não há qualquer respeito aos problemas que são entregues a cada ano ao prefeito. Você pode dizer, então: e porque sempre, em todas as eleições, são tantos os candidatos para ocupar o cargo de prefeito em cada um dos municípios do Estado? A explicação pode estar na vontade que têm esses candidatos em se oferecer para resolver esses problemas e nas promessas daqueles que os querem usar, como cabo eleitoral, nas eleições regionais. O tempo passa e a situação piora principalmente nos municípios onde as comunidades mais pobres habitam. Nesse período do ano, depois do meio dos mandatos, alguns já estão desistindo ou pedindo por mais uma oportunidade (quando pode ser reeleito). Ou para o mandato terminar logo. Sabem eles, os prefeitos, que além da população, todos os dias cobrando o serviço que não foi feito, estão o Ministério Público, os Tribunais de Contas, as Controladorias, a Câmara de Vereadores, todos querendo saber dos resultados e ninguém querendo compreender as dificuldades da administração. Dá vergonha ver o abandono a que os prefeitos estão submetidos pelo Estado e pela União.