O LIXO AINDA FEDE NA EMPRESA DE ÁGUA

Há muito é público e notório o quadro de enormes dificuldades sofridas pela Empresa de Água, com suas sucessivas mudanças de comando. O dilipendiamento é uma realidade antiga e cada dia mais dramática para as finanças da empresa. Por conta dessa situação trágica tornam-se ainda mais graves e revoltantes os recorrentes crimes de cabides de emprego, nepotismo, superfaturamento na compra de insumos e equipamentos, contratação de serviços e funcionários fantasmas e fraudes contra essa instituição municipal. Todos, ou quase todos que dirigiram a Empresa de Água meteram suas mãos imundas em seus cofres públicos. Mas, nunca ninguém roubou tanto quanto seu atual e exonerável presidente. Este fato está escancarado em suas últimas compras pessoais. O salafrário reformou sua mansão (terreno invadido e material de construção roubado da prefeitura) num endereço cinematográfico em um dos bairros mais requintados da cidade, comprou veículo de luxo para esposa, filho e até para a amante, que ainda foi contemplada com apartamento mobiliado e salário no erário de mais de 3 mil reais mensais. A saída deste “verme do germe do estrume do cavalo do bandido”, desmantelará um esquema de desvio fraudulento de recursos públicos e definhará o poder de fogo da organização e ousadia das quadrilhas especializadas instaladas nas entranhas da empresa. Entretanto, sua saída é muito pouco e há de se buscar o ressarcimento aos cofres públicos de tudo o que ele surrupiou do erário. Naturalmente ao pústula acusado não deva ser atiradas condenações antes da adequada manifestação da Justiça, devendo os inquéritos e processos competentes seguirem seu rumo, sem açodamentos nem muito menos sendo vítimas de manobras protelatórias. A prisão deste indivíduo deve ser implacável e o quanto antes melhor. As fraudes na Empresa de Água não devem seguir o mesmo rumo de impunidade do que houve com a roubalheira na Câmara. Deve se buscar menos os holofotes da mídia, focando mais nos resultados práticos e privilegiando a discrição e precisão na divulgação das etapas da investigação, com a Polícia Federal demonstrando ter aprendido com as experiências recentes, onde o investimento na visibilidade produziu mais polêmicas que resultados. Levar adiante este processo e redobrar a vigilância sobre esta recorrente modalidade de assalto aos cofres públicos são as medidas que se espera das autoridades. E, ao fim e ao cabo, espera-se também, e especialmente, a devolução aos cofres da Empresa de Água os valores dela surrupiados. E que sirva de exemplo.