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Trief

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7 de abril de 2011

LEI FICHA LIMPA NÃO VALE

Com um placar de 6 a 5 contra a aplicação da chamada Lei ficha Limpa para as eleições de 2010, o Supremo Tribunal Federal-STF, mais uma vez, conseguiu aumentar ainda mais a confusa e insegura situação jurídica existente em nosso país no que concerne às suas decisões. O toque inicial para a não aplicação da lei nas últimas eleições foi dado pelo ministro Gilmar Mendes, que abriu o placar votando contra. Em sua dissertação, como já era esperado, sua excelência fez longas e cansativas citações e analogias –inclusive com o direito tributário-, quanto aos prazos de vigência de uma lei instituidora de novos tributos ou modificadora dos já existentes, aplicada no mesmo exercício financeiro. Ao final, centrou seu voto alegando que o artigo 16 da Constituição, que trata do impedimento de leis retroagirem para prejudicar o réu, não fora observado. O julgamento estava empatado (5 a5), até que o novo ministro, indicado pela presidente Dilma para completar o quadro, resolveu desempatá-lo acompanhando o voto do seu colega Gilmar Mendes, praticamente com as mesmas palavras, decidindo que a aplicação imediata da lei feriu o princípio da anterioridade, garantia do devido processo legal e da igualdade de oportunidades. Segundo o ministro, o direito das minorias -que não podem ser surpreendidas com mudanças feitas pela maioria-, teria sido prejudicado, face as desigualdades geradas com a aplicação da lei no mesmo ano da eleição. Ocorrendo alteração no processo eleitoral no período inferior à data do pleito, comprometeria a própria possibilidade de escolha dos candidatos quanto à filiação partidária (posterior aos prazos fixados na Lei 9.504/97), bem assim quanto ao princípio da “igualdade de chances”. Diante disso, reconheceu a repercussão geral da constitucionalidade da lei para aplicação posterior, ou seja, nas eleições de 2012, já que o processo eleitoral começa em outubro do ano anterior, na fase pré-eleitoral. O desempate de Fux frustrou a sociedade brasileira, que esperava uma solução de acordo com o clamor popular. Segundo alguns juristas, a “argumentação barroca” do voto desempatador poderia ter sido evitada se o atual presidente do tribunal, Cezar Peluso, tivesse dado o “voto de minerva” por ocasião do julgamento anterior. Ao abdicar de sua competência alegando razões de foro íntimo, sua excelência acabou criando uma celeuma desnecessária e improdutiva, própria de corte de país de terceiro mundo. Faltou-lhe coragem para manter sua imunidade quanto “às pressões provindas da opinião pública” ou de “segmentos do povo ou de instituições”. Essa omissão foi suprida com o voto de Fux, mantendo na política gente que havia sido afastada pelo próprio STF. Ao todo, o Tribunal Superior Eleitoral- TSE, enquadrou 149 candidatos como fichas sujas, que certamente entrarão com recursos reivindicando seus direitos, cuja solução se prolongará no tempo, com mais confusão e muita incerteza. Para completar, o ministro Ricardo Lewandowski deitou falação afirmando que, a partir de agora, a lei vai precisar que se questione sua constitucionalidade antes das eleições de 2012, pois os futuros candidatos (os que forem barrados) certamente o farão. Diante dessas absurdas declarações, não resta nenhuma dúvida de que os ministros do mais alto tribunal do país conseguem deixar a imagem de que - eles próprios-, não sabem o que estão fazendo. O voto de Fux foi no sentido de que o princípio da segurança jurídica é preceito universal, integrante da ideia do Direito. Daí não caber a aplicação da Lei Ficha Limpa nas eleições de 2010, pois sua retroatividade tornaria duvidosa a desvalia de tais retroatividades. Geralmente a dúvida e a desconfiança manipulam nossos julgamentos quanto à certeza ou incerteza de uma decisão contrária às aspirações populares. A falta de discernimento e critério dos nossos julgadores sobre o que é ou não aceitável diante de uma ideia preconcebida pela opinião pública, os impediam de um julgamento criterioso de uma lei feita pelo próprio povo. Como afirmou certa vez o ex-ministro Eros Grau, o STF passou, nesses últimos anos, por várias reformas, mas não deixou de ter características que remetem ao passado, como o personalismo de seus integrantes e a falta de trabalho em equipe. Produzir decisões coletivamente é o que falta em nossa mais alta corte, onde cada ministro muda de opinião constantemente, produzindo uma insegurança jurídica incompatível para um país que se proclama viver em estado de direito. A Lei Ficha Limpa parece que não veio para ficar. (Luiz Holanda).

10 comentários:

  1. Esse País só vai mudar quando a gente fazer igual no egito.
    Aqueles FDP de Brasília só querem fuder com o povo.
    Eles não ganham salário, eles assaltam o povo Brasileiro...

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  2. Não adianta reclamar porque quem colocam eles por votos lá na Congresso Nacional, somos nós trouxas. Enquanto nós brasileiros não tivermos vergonha na cara, continuará essa palhaçada. Precisamos ter consciência política urgente, senão, a reforma não sairá do papel.

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  3. Fazer o que!? Estamos no Brasil "um país de tolos",
    e não acaba por aí,o STF ainda vai analizar se a lei é constitucional ou não,pra eles decidirem se realmente vai valer para o ano quem vem.
    Sou contra a qualquer tipo de violência, mas no caso do Brasil, só com um levante popular com todos os brasileiros nas ruas,pois foi assim que os brasileiro derrubaram o Fernando Collor!

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  4. Esse país não em jeito, eles se protegem.
    Não sei se vc já percebeu, mas sempre que o supermo vota contra o desejo popular, o tal do Gilmar Mendes está envolvido...

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  5. A lei não caiu.Apenas respeitará a constituição quanto a sua aplicação.
    Não podemos desrespeitar a lei em nome de supostas boas intenções imediatas.

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  6. Todos nós sabemos que no tempo da ditadura a Presidenta Dilma foi terrorista e cometeu vários crimes, então eles não poderiam jogar contra a presidenta concorda???

    Se fosse aprovada a lei da ficha limpa ela e a grande maioria dos Ministros perderiam seus cargos.

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  7. Mas aos que conhecem leis nesse Pais, se fôssemos um Pais seria precisaria de uma lei como ficha Limpa ? não, você não ingressa em uma grande Cia como empregado sem que seu passado seja verificado, SPC, Justiça, etc, porem para ser político nada é exigido e isso já deveria ser feito nos Partidos antes de colocarem os canalhas como candidatos a cargo publico. Mas afinal qual a novidade ? só nós povo e que acreditávamos nessa lei da ficha limpa pois a prova é que os que tinha ficha suja não deixaram de se candidatar.

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  8. A LEI DA FICHA LIMPA FOI FEITO APENAS PRA TAPEAR OS IDIOTAS BRASILEIROS, SÓ PRA FAZER DE CONTA QUE AS COISAS IRIAM MELHORAR.

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  9. O PT É O PRICIPAL INTERESSADO EM ENTERRAR ESSA LEI.

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  10. Sandro Lima08 abril, 2011

    E o Tiririca, eim gente. O pessoal lá tá com problemas em aceita-lo. O correto seria desiguina-lo para ministro do STF. Já pensaram, ele com aquela vestimenta toda, de negro e aquele chapeuzinho, mais que duvidoso, ficaria lindo. Ficha limpa!!! Ficha limpa onde tudo é negro?

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