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30 de maio de 2010

LEI ELEITORAL, FALHAS E FLEXIBILIDADES

Nos últimos anos o que mais se discuti é a tal reforma política. Por enquanto tem ficado só no discurso, uma vez que será necessário mover montanhas para a sua realização. Em primeiro lugar porque ela, a reforma, depende de aprovação no Congresso Nacional. Isso vale dizer aprovação na Câmara Federal em dois momentos e ainda no Senado. E, em segundo lugar, porque é tema polêmico, principalmente pelos projetos que hoje tramitam no Congresso. Um clássico exemplo foi o PL 1.712, que prevê a alteração da filiação partidária no seu período especifico e o PL 2.672, que estabelece a lista paritária fechada com financiamento público exclusivo para as campanhas; fim das coligações proporcionais e a federalização dos partidos. Devido o jogo de interesses o Congresso nunca chega a um acordo, todavia, o assunto volta a despertar à reflexão. Em 2006 tivemos aprovado a Lei 11.300, que modificou alguns itens da legislação, proibindo showmícios, outdoors e brindes. Essas mudanças, no entanto, ainda não são as verdadeiras mudanças da ordem política que o país precisa. O fim das coligações proporcionais seria um marco justo em cada pleito, direcionando ao poder aqueles que realmente têm votação expressiva e necessária, que não dependam de terceiros para a sua eleição. Quanto ao fato da tal representatividade localizada é muito relativa. Cabe a sociedade/eleitores a consciência na hora de votar, pensando no coletivo e não no pessoal. Votando e não vendendo o seu voto! O sistema atual é perverso, já que pesquisas revelam que o eleitor vota no candidato e não no partido. Portanto, o tema requer uma grande discussão. Continuamos com uma lei eleitoral limitada, fragilizada e totalmente indefinida, muitas vezes alimentada por emendas e resoluções. Outro exemplo a citar é o Projeto Ficha Limpa, aprovado recentemente, que impede a candidatura de políticos condenados em decisão colegiada em processos ainda não concluídos. O certo é que o projeto é totalmente flexível, pois prevê a possibilidade de um recurso a um órgão colegiado superior para garantir a candidatura. Além de flexível, o projeto é defendido por juristas como inconstitucional. Além de tudo têm um atenuante para os corruptos que serão candidatos agora em 2010. Existe uma regra que afirma que a mudança eleitoral tenha de acontecer com um ano de antecedência. Em outras palavras: A lei da Ficha Limpa só começa a vigorar após de 1 (UM) ano depois da sansão presidencial. Esta lei por enquanto tem valor apenas simbólico. A situação em que se encontra o país, politicamente, quando um Paulo Maluf continua agindo abertamente sem nenhuma punição; quando um José Sarney, comprovadamente corrupto continua o chefão do Senado Federal; Um Jader Barbalho reverenciado como líder político de sua região, apesar de ladrão e um Efraim de Moraes, senador de fantasmas, continuar nos representando no Congresso, o país continuará descendo ladeira abaixo. E o pior de tudo: Todos se livrarão, com certeza, do Projeto Ficha Limpa e... serão pela enésima vez, candidatos e...eleitos. Tudo isso é falta de uma reforma política efervescente e séria, sem corporativismo. Tudo isso é reflexo da falta de visão do Executivo e também do Legislativo. Lula não assimilou que com a força popular dos votos recebidos, tinha a obrigação de moralizar a política nacional, e isso iniciaria por uma reforma que exigisse um comportamento adequado dos detentores de mandato. Já o Legislativo não quis promover uma transformação no Parlamento. Tanto o Executivo quanto o Congresso Nacional têm algo em comum: Alimentar a insaciável gana dos políticos acostumados ao “é dando que se recebe” e, assim, a teia da corrupção continua. (Elias Reis - eliasreis.ilheus@gmail.com).

5 comentários:

  1. A maioria da população não se interessa por política. Pra falar a verdade, nem eu me interesso. Eu sou como quase toda a população...eu não me lembro nem dos Dep. Estaduais e Federais que votei. Andam todos na corrupção, agora eu nem sei qual a melhor coisa a fazer, se é anular o meu voto ou tentar achar um menor ladrão. A situação aqui está ficando crítica, não há mais o que fazer com tanta gente roubando.

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  2. A Reforma Política tem sido, nos últimos anos, um dos assuntos mais discutidos neste país. Inúmeros debates foram realizados, tomamos conhecimento de vários artigos sobre o assunto, todavia, a tão almejada reforma ainda não vingou, não passou das intenções.

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  3. O que fazer, para sairmos desse imbróglio? Deveria ser eleita uma espécie de "Assembléia Nacional Constituinte" com o fito único de legar um novo "Modelo Político" para o país, sem a presença, entre os seus membros Constituintes, dos políticos, digamos, profissionais (sem a possibilidade de reeleição dos mesmos, pelo menos por algum tempo).

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  4. Bem, isso tudo nos leva a uma conclusão evidente, qual seja, a Reforma Política efetiva, jamais será feita pelo poder legislativo, eles não possuem o menor interesse em realizar a reforma, afinal de contas, dificultará sobremaneira a vida de referidos parlamentares e permitirá até mesmo que boa parte dos que estão em exercício não consigam de reeleger ou que percam seus mandatos.

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  5. Boa tarde! e com tudo isso ai, viva a corrupçao!!! nao vamos aprovar leis que possam desmaracar politicos corruptos, vamos roubar o cidadao!! isso é brasil...nem esse e nem outros projetos que desmacarem os politicos vao ser aprovados porque os prorios politicos, ladroes nao vao deixarem.
    lindacarinhosa1@hotmail.com

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