São 80 milhões de brasileiros devendo dinheiro a bancos e outras instituições, segundo o Banco Central. Em maior ou menor grau. A maior facilidade de se conseguir crédito nos últimos anos tem o seu peso. Mas especialistas em finanças e no comportamento humano apontam o descontrole emocional como o grande vilão dessa história. Os brasileiros estão comendo melado e se lambuzando com o crédito fácil. Anos atrás, para comprar uma televisão era preciso ter avalista, fiador, preencher uma ficha com toda a árvore genealógica da família. Hoje, não tem que ter nada disso. A estabilidade econômica, conseguida depois do Plano Real, e o aumento do poder de compra dos trabalhadores desencadearam uma abertura do crédito nunca vista "na história deste país". Os brasileiros foram às compras. Os menos cuidadosos ficaram com as dívidas. Hoje existe a facilidade de se comprar com cartão de crédito, recorrer às financeiras, ao crédito consignado. De acordo com dados do Banco Central, entre junho e julho deste ano, houve um crescimento de 15,4% no número de concessões de cartões de crédito no país. De cada R$ 4 emprestados pelos bancos às pessoas físicas, R$ 1 é no dinheiro de plástico. A conseqüência da chuva de cartões parece óbvia. As dívidas acumuladas até 31de julho no cartão somavam R$ 26,49 bilhões. E 28,3% dessas transações estavam com um atraso no pagamento de mais de 90 dias. No caso do crédito consignado - o famoso desconto em folha - houve um aumento de 30,9% nas concessões entre agosto de 2008 e agosto de 2009, em plena crise financeira internacional. O acesso ao crédito é bom. Não existe um economista ou consultor que seja contra. O que eles recomendam é cautela na hora de se jogar nele.
É triste, mas ainda tem muita gente se aproveitando do desespero alheio para levar vantagem.
ResponderExcluirA expansão do crédito estimula a economia, mas ao mesmo tempo leva os consumidores a um beco sem saída. Após a gastança, incentivada pelo crédito farto, muitos se vêem atolados em dívidas e acabam vivendo um pesadelo.
ResponderExcluirSe todos os devedores de hoje viram a auto-estima se abalar por não ter o bem desejado dias ou anos atrás, hoje têm nela problema ainda mais grave. A baixa auto-estima decorrente das dívidas é mais danosa que aquela gerada pela necessidade de status e afirmação na sociedade.
ResponderExcluirO grande problema não é a ignorância financeira e muito menos o acesso ao crédito fácil. Acredito que está amarrado na cultura brasileira de querer ter coisas meramente para mostrar status.
ResponderExcluirTudo isso é verdade, mas as empresas, bancos e financeiras jogam a ísca e o consumidor levado pela ilusão contraí dívidas.É preciso saber administrar o próprio dinheiro,gastar somente o que se ganha, não fazer dívidas contando com um dinheiro que ainda não tem.
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