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TRANSPOSIÇÃO DE RIO E TRANSFORMAÇÃO DE RIOS EM ESGOTOS - É notório meu posicionamento contrário ao projeto faraônico e inviável sob todas as óticas de transposição, agora rebatizado de revitalização, do nosso rio São Francisco. Projeto este que surge como uma espécie de redenção das populações afligidas pela seca. Penso que existem outras formas de ajudar estas pessoas, como por exemplo: Por que não aproveitar a tecnologia que detém a Petrobras de prospecção em grandes profundidades, tecnologia esta que a coloca na vanguarda das grandes empresas petrolíferas e em paralelo a isto revitalizar, aí sim, o rio no trecho dos Estados que serão atingidos caso o projeto original seja aprovado? Espero que nossos dirigentes exijam que o Rio da Integração não sofra mais este revés em sua história tão cheia de beleza e riqueza. A dinheirama a ser derramada nesse desaguar do São Francisco, poderia ser melhor aplicada em alternativas que resultem de pesquisas e debates mais sistemáticos no âmbito político, administrativo e técnico. Os mais de 5 bilhões de reais destináveis para esta obra faraônica, seriam mais que suficientes para transformar em rios com águas límpidas e potáveis, mais de uma centena de esgotos a céu aberto, que outrora foram rios saudáveis neste país carente de políticas públicas para revitalização dos nossos recursos hídricos. Talvez a situação deplorável a que está submetido o Rio Cachoeira, possa expressar com mais lucidez o descaso das autoridades e o quanto as verbas para o Rio São Francisco poderiam ser mais oportunas se aplicadas e canalizadas para resultados mais eficientes. O Rio poluído que corta a cidade de Itabuna, necessita de menos de um por cento dos investimentos na ruinosa e supérflua transposição. Os rios de Conta e Almada, que abastecem as principais cidades da região cacaueira, já estão em estado de alerta contra suas completas ruínas e esta é a realidade inquietante em que se encontram quase todas as nossas bacias hidrográficas no sul da Bahia. É obvio supor que este problema tem dimensões assombrosas Brasil afora. Neste contexto, é necessário um esforço maior das autoridades nas três estâncias do poder executivo, para que tenhamos mais ações de revitalização das nossas águas. Basta que o Governo Federal se empenhe em um por cento do vigor sobreposto na proposta de transposição, ou revitalização do Rio São Francisco, para que tenhamos melhores condições de produção, tratamento e distribuição de água no Brasil. Para que esta alternativa seja empreendida, é suficiente apenas que Luiz Inácio Lula da Silva se utilize do bom senso e da realidade da sua condição de retirante nordestino, filho de um grotão pernambucano, onde os recursos hídricos são tão escassos quanto a sensatez e a responsabilidade dos políticos e governantes. O resto é chover no molhado e derramar “lágrimas de crocodilos” diante dos rios que se transformam em esgotos a céu aberto!