Com a aproximação do final do ano, temos aquela sensação recorrente de mudança. Começamos sempre a fazer uma reflexão do que deu certo ou não, do que foi bom ou nem tanto, principalmente de que vamos fazer as coisas diferentes. Fim de ano é quase sempre assim.
Navegando
pela internet encontrei bons textos, que falam com muita propriedade desse
momento pelo qual todo ano passamos, como se fosse um processo que nos faz
pensar com mais força na eminente possibilidade de mudarmos uma série de coisas
em nossa vida.
Coisas
e situações que vamos driblando ao longo do ano com o passar dos meses, aquela
sensação de que vai ser diferente, que vamos fazer de outra forma, que desta
vez vamos fazer ou realmente deixar de fazer, nos acompanha o tempo todo. Está
presente em nossos pensamentos, em nossos discursos e em nossos planos para o
próximo ano.
Algumas
frases e mensagens me chamaram a atenção para o fato de que nesse momento é
tudo processo, que muitas vezes nos envolvemos nessa onda sem percebermos, por
costume. No entanto, pode significar sim um momento de renovação, de novas
escolhas, de abandonar velhas escolhas. Afinal vivemos de ciclos, que se
encerram e se iniciam. E cabe a cada um de nós permitirmos ou não, termos
coragem ou não de realizarmos grandes ou pequenas mudanças. Ou de deixarmos as
coisas continuarem como estão.
Essa
espécie de aflição de final de ano é inventada por nós mesmos, em nosso
inconsciente, que costumeiramente aflora com maior intensidade nesta época do
ano. Uma avalanche de sentimentos adormecidos durante o ano todo vem à tona:
uma solidão sem graça, uma carência fria, uma euforia boba, uma necessidade de companhia,
de afeto, de abraço. Preocupações com os familiares, com as contas para pagar,
com os sonhos a serem realizados, com inúmeras incertezas que aparecem nem
sabemos de onde.
O
importante é termos a coragem para, de forma sensata, ainda que em pequenas
ações, começarmos a buscar a capacidade de sermos mais felizes, um tanto mais
alegres e nunca perdermos a sensibilidade de acreditar na possibilidade de
realizar os nossos sonhos, não importando quantos finais de ano vamos demorar
para torná-los realidade.
Enfim, final de ano é assim mesmo. Uma longa lista de coisas para encerrar e outra longa lista a começar. E como o nobre poeta Carlos Drummond escreveu com imensa sabedoria, “o final de ano passa, o novo ano se inicia e logo adiante tudo começa novamente”.

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