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ITABUNA

22 de julho de 2025

A EDUCAÇÃO ESTÁ SEM PADRÃO DE EXCELÊNCIA EM EUNÁPOLIS E SÓ NÃO É UM CAOS PORQUE O PROFESSOR EXISTE E RESISTE!

     

Parafraseando o Professor Kleber (foto acima): “A educação deve visar o pleno desenvolvimento do aluno, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

Sou o pragmático mais sonhador que conheço e, um otimista incorrigível, apesar de recorrentes crises de pessimismo. Sonhos e caos convivem harmoniosamente, até porque assim é a essência de tudo. Não pode existir um lado sem o outro. E, um dia desses, quando ouvi do Professor Kleber a expressão: “não devemos desistir de acreditar na educação como base da cidadania, meu otimismo incorrigível se iluminou. Enxerguei possibilidades em meio ao caos que estamos vivendo e em meio às disputas intermináveis por certezas que ninguém tem; abrir, fechar, reabrir, o que fazer das escolas em Eunápolis? Não desistir!

Em meio a esta crise de violência sem precedentes, temos a oportunidade, também sem precedentes, de produzir profundas transformações na educação aplicada aos jovens eunapolitanos. Não percamos essa oportunidade! Conclamo a todos os professores, gestores, familiares e alunos das escolas públicas, neste momento, para fazermos uma grande revolução na educação em Eunápolis. Vamos mudar e mudar para melhor.

As salas de aulas foram escancaradas, o professor nunca se viu tão exposto à vulnerabilidade de alguns alunos adotados pelas facções criminosas. Para quem aprendeu que deveria se proteger abrindo a porta de “sua sala de aula”, estar hoje sob mira de ameaças, é o mesmo que estar desnudo. E, corajosamente, cada professor que ama o que faz em Eunápolis, segue se transformando. E faz o que é necessário para alcançar seu aluno e o educar. Sem segurança, sem políticas públicas, sem verbas especiais, sem treinamento... cada professor se reinventando por puro amor a seu aluno.

O fato é que a Educação não está sendo administrada com sabedoria e o caos não é pior, porque cada professor está provando que não são as paredes da escola que fazem dele um professor! Isto porque a Escola está acontecendo para além dos muros da Escola. Por outro lado, agora está claro o quanto despreparada e desamparada cada escola sempre esteve. O quanto pouco inclusiva e equitativa cada escola realmente sempre foi. E por estar tão despreparada, a Escola não está chegando a todos os alunos

Governantes estão abandonando multidões de alunos, por profundo desinteresse na formação das futuras gerações. Escola pública abandonada e relegada ao plano de “assistencialista”, está fracassando na garantia ao direito de desenvolvimento pleno de muitos.

E nossos governantes falham como gente quando não garantem isso. E erram muito em não corrigir isso, não valorizar e apoiar cada professor, cada família, cada aluno, cada escola. Resta-nos então, as comunidades abraçarem suas escolas para, finalmente, sem muros e amarras, as constituírem como referências de desenvolvimento do cidadão.

Utopia? Não! Sonho! E sonho com planejamento, com ação, com resiliência, se chama transformação. Também conhecida como reviravolta! Caminho árduo, longo, que precisa começar a ser trilhado pela população eunapolitana. Já não era sem tempo.

Todo professor, lá no fundo, sabe que há algo de muito errado em nossas escolas e com nossa Educação Básica. Nossos alunos não aprendem o que deveriam, as avaliações colocam Eunápolis entre os piores em educação na Bahia. O que estamos fazendo de errado?

Talvez a resposta não seja o que estamos fazendo, mas, sim, o que não estamos fazendo. Não estamos trabalhando em parceria com a família, não estamos considerando a cultura do território do aluno, não envolvemos a comunidade, não cobramos os governantes, não lutamos por verbas, equipamentos e infraestrutura digna, não damos acesso. Não entramos no mundo digital em pleno ano de 2025. Certamente não é o que fazemos que dá errado, mas o que está errado é tudo que nos falta.

Não percamos a oportunidade que a crise da violência nos traz! Uma escola que se considere e que consiga se ver e ser vista como referência, como “ítem de primeira necessidade”, como equipamento social essencial de cada família, de cada comunidade. Uma escola que seja respeitada pelos governantes, que trabalhe intersetorialmente e em parcerias. Sem muros. Sem currículos paralisantes. Capaz de escutar e olhar para sua realidade e comunidade e, tal qual o camaleão, se mesclar nas características essenciais de seu entorno.

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