As notícias de repercussão nos últimos meses deixam uma certeza: a administração pública tem pressa para deixar a cidade pronta para a festa de São Pedro, cujo volume de investimentos de dinheiro público, será superior a 12 milhões de reais.
Há pressa em consolidar a cidade como um dos
principais destinos turísticos na Bahia. Tudo isso é, sem dúvida, importante
para o município e para a população. Os momentos de alegria e felicidade para a
população são inquestionáveis. Mas um setor primordial parece ser relegado a um
segundo plano por aqueles que têm a maior responsabilidade, as autoridades. A
saúde é cada vez mais deixada de lado. Os investimentos, tão reivindicados por
nós e essenciais para o setor, são encarados como dispensáveis.
Enfrentando, há tempos, uma série de dificuldades, a
saúde aguarda sua vez, mas a verdade é que não pode esperar. Minhas constantes visitas
aos hospitais, clínicas e postos de saúde do Município comprovam a carência do
setor e alertam para a urgência do tratamento. Há filas de espera demais de milhares
de pacientes para cirurgias e muitos são idosos e crianças.
Há emergências apinhadas com doentes – muitos em
estado grave pelos corredores esperando horas por atendimento. Há um déficit
diário de mais de uma dezena de leitos de UTI. Serviços e hospitais estão sendo
sucateados por falta de recursos e infraestrutura. Os médicos enfrentam péssimas
condições de trabalho, salários incompatíveis, vínculos trabalhistas precários.
O que encontramos são equipes inteiras desfalcadas, cansadas, desmotivadas.
A
situação é grave ainda por outros motivos. A preceptoria está prejudicada e a
transição entre os profissionais experientes e os recém-formados não tem sido
feita com o devido cuidado. Médicos estão sendo demitidos e suas substituições
são em quantidade insuficiente e qualidade duvidosa, porque novas equipes e
serviços não se formam da maneira adequada para garantir um atendimento digno à
população.
Quando cobramos soluções da administração pública, a
resposta é sempre a mesma: falta de dinheiro; é o que ouvimos repetidas vezes.
Já denunciamos incontáveis vezes os desmandos e o descaso e propomos ações que
levem o poder público a agir e permitir à saúde sair a tempo da UTI e ser capaz
de atender com profissionalismo, eficiência, infraestrutura e remédios os que
mais precisam: a população em geral e a da nossa cidade, em particular.
A situação é de emergência. A saúde não pode esperar! Mortes e sequelas evitáveis estão acontecendo a cada minuto. Pacientes com câncer, HIV-Aids, hepatite e outras doenças graves estão perdendo a chance de cura e tratamento. Os programas para controlar o caos nas unidades funcionam precariamente. A prevenção e a promoção da saúde transformaram-se em devaneio. Enquanto pessoas morrem nas filas de espera de hospitais, pergunto: quem será responsabilizado por mais iniquidade com a população?
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