O caso Rubens Paiva (que só andava armado) voltou à mídia através do laureado filme "Ainda estou aqui". Mas quem era esse personagem, cujo filme retrata um mártir, um Tiradentes moderno que morreu pela nossa Liberdade. Nada mais falso.
O deputado Rubens Paiva, eleito pelo
MDB, na verdade era um militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Paiva
além de político, era engenheiro de formação, e por ter uma empresa, que
possuía fluxo de caixa rotativo, foi designado como "lavador de dinheiro"
do Partido Comunista.
Para quem não sabe, o PCB era na
verdade um partido subsidiado, ou seja uma filial, do Partido Comunista da
União Soviética (PCUSS). Essa agremiação recebia dinheiro de Moscou, via
Montevideu, na época o Uruguai era um dos poucos paraísos fiscais por onde
entrava dinheiro clandestino na América do Sul. A bem da verdade, a URSS nunca
financiou diretamente a luta armada no continente.
No final dos anos 1950, Nikita
Kruschev, líder soviético e o presidente americano Eisenhower haviam feito um
acordo em que a União Soviética não promoveria ações clandestinas, leia-se
guerrilhas e rebeliões no Ocidente, em contrapartida os Estados Unidos fariam o
mesmo nas áreas de influência dos soviéticos. Por esse motivo o PCB fora
proibido por Moscou a participar, promover ou financiar a Luta Armada no Brasil.
Mas entre 1965 e 1973, existiram no
nosso país trinta e três (33) grupos guerrilheiros que foram à luta para
combater o Regime Militar. Eles promoveram uma série de ataques a instalações
militares, atentados terroristas, explosões em aeroportos, sequestro de
diplomatas, sequestro de aviões, que foram desviados para Cuba. Eles mataram
diversos trabalhadores em filas de banco, entre outras ações de guerrilha
urbana.
Formaram grupos de guerrilha rural, no
Araguaia (FOGUERA) do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), uma dissidência do
PCB financiado pela China) e no Vale do Ribeira, a Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR)) de Carlos Lamarca. E foi justamente com a VPR, que Rubens
Paiva se envolveu. Como lavador de dinheiro do Partido Comunista Brasileiro, Paiva
passou "a financiar" as ações da VPR, uma das mais ousadas e terríveis
organizações de esquerda.
A
Vanguarda Popular Revolucionária foi responsável por atentados, explosão no
consulado americano em São Paulo, assassinatos, ataques a sedes da PMSP, assaltos
com morte a bancos entre outros atos. A VPR tinha como base, um sítio de Paiva
na região de Juquitiba, uma área de floresta fechada, no sul do Estado de São
Paulo.
Juquitiba é um lugar isolado. Um
resto de Mata Atlântica que ainda existe no Brasil. Região de lagoas, de
pequenas propriedades, onde a vida selvagem coabita. Nessas matas é possível
encontrar sucuris, cervos e onças. Um paraíso ecológico muito perto da BR-116,
um local perfeito para se montar um grupo guerrilheiro.
As ações de Lamarca chamaram a
atenção das autoridades e logo o Exército e a Polícia Militar começaram a fazer
buscas na região. Apavorado com a chegada dos militares, Rubens Paiva pediu que
Lamarca deixasse o sítio, o que enfureceu o guerrilheiro. Na discussão o
terrorista ameaçou Rubens Paiva de morte.
O que Paiva argumentou; "... se
Moscou descobrir que eu desvio dinheiro, para financiar tuas ações, nós dois
seremos homens mortos, se não pelas autoridades brasileiras, pela justiça
soviética." Indignado Lamarca deixou o refúgio, se embretou na selva, deu
combate à tropa da Polícia Militar, justiçou (matou) o tenente PM Alberto
Mendes Junior. O Diógenes do Jogo do Bicho (militante petista) também
participou do crime.
Mas além da luta no campo, outro
braço da VPR sequestrava aviões, eles desviavam aeronaves que faziam voos de
longa distância, geralmente do nordeste para São Paulo. Logo depois de decolar,
os terroristas anunciavam o sequestro e desviavam o voo para Cuba, a fim de
exigir do governo a troca dos passageiros por prisioneiros políticos. Dezenas
de aviões foram alvos da VPR. E foi por esse motivo que o Centro de
Inteligência e Segurança da Aeronáutica (SISA) prendeu Rubens Paiva.
Sim ele foi detido em casa. Sim ele
foi preso e torturado. Provavelmente morreu na prisão. Seu corpo jamais foi
encontrado. Uma vilania, um sofrimento sem fim para a família. Mas longe do
mártir que o filme tenta criar. Rubens Paiva foi um agente comunista que
financiou o terror. O pior do Comunismo não é o Estado Totalitário, o cerceamento
de direitos, o fim das individualidades, o controle estatal do modo de vida.
O pior do Comunismo é ser um Regime Antropófago que para se manter precisa "matar, matar, matar e matar" por diversas gerações até que ele se sobreponha aos direitos individuais, se transformando no espírito coletivo. Era o que teria acontecido ao Brasil, se a turma do Rubens Paiva tivesse vencido a guerra. Tão hedionda quanto a Tortura é a Mentira Coletiva que tenta mudar a História construindo falsos heróis. Criando mártires para promover uma narrativa falsa e perigosa. Por Bráulio Flores.
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