Às vezes, somos enganados tanto que chegamos a acreditar em promessas fáceis de serem percebidas, como mirabolantes, irrealizáveis, desmedidas e depois pensamos que foram os outros que nos enganaram. Somos facilitadores de nos submeter as apunhaladas pelas costas, desferidas por ídolos, deuses e “salvadores da pátria”, que criamos em nossas mentes!
Talvez seja aquela antiga maneira
de ter alguém para acusar em vez de olhar para dentro de si mesmo e encontrar a
verdadeira causa dos próprios problemas, pois sempre é mais fácil acusar do que
assumir a responsabilidade por determinadas situações. Quando bebemos demais e
logo depois somos parados numa blitz e multados, a culpa não está no guarda de
trânsito e sim em nós mesmos, que infringirmos a lei.
Às vezes, levados pelo ódio e
sentimento de ter sido preterido, traído, ou tratado com insignificância e
ingratidão, por um governante que ajudamos a eleger e não nos beneficiou com
uma nomeação, ou o fez com salário menor do que acreditávamos merecer,
sucumbimos à nossa própria realidade e nos submetemos ao enfraquecimento moral,
psíquico e espiritual de apoiar o corrupto e calhorda, que ajudamos a derrotar
na eleição anterior.
Às vezes, somos os culpados pelas
nossas próprias circunstâncias; isso nada tem a ver com o governante ingrato,
mas com nós mesmos. Por mais que o dito cujo tivesse tido alguma influência na
nossa situação, na verdade, nós permitimos que ele exercesse poder de nos usar
em seus interesses pessoais e o apoiamos com interesses que nunca foram
conexos. Isto significa que somos facilitadores do que nos acontece, para bem
ou para mal; nós somos ou fomos os patrocinadores de coisas boas ou más, que
ocorrem conosco.
Por isso que não podemos condenar e
criticar o espertalhão que ajudamos a eleger e não nos ajudou a ajudá-lo a governar,
pelos nossos infortúnios tampouco dar a outrem os méritos das nossas
conquistas. Porque, eles podem influenciar, mas a decisão de fazer ou não fazer
é sempre nossa. Façamos, portanto, uma reflexão séria diante deste assunto,
reconhecendo as nossas próprias falhas, assumindo os nossos próprios enganos,
admitindo os nossos próprios erros.
Por tudo isso, precisamos aprender a pautar as nossas ações com base na nossa razão e não nas nossas emoções e interesses pessoais. Temos que possuir capacidade de nos posicionarmos como pessoas capacitadas para empreendermos benefícios a nós mesmos, independentemente das decisões e ações alheias. Há coisas que nós podemos fazer por nós mesmos, sem precisarmos da intervenção alheia, achando que é um bom negócio “trocarmos seis por meia dúzia”!
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