Não deve ser fácil está sob condição de prefeito, com complicações e dissabores inevitáveis à espreita e que podem acontecer a qualquer momento. Essa é a realidade de Robério Oliveira (PSD), que está se beneficiando de uma liminar, que o mantém com um mandato executivo sem ter podido votar em si próprio, pois seu título de eleitor estava e está cancelado.
Todavia, suponhamos que ele tenha recursos
suficientes para bancar o elevado custeio advocatício de manutenção de
liminares judiciais, para permanecer como prefeito de Eunápolis. A Bahia possui
61 desembargadores e basta um deles decidir por agir com justiça e logo Robério
será sucedido pelo prefeiturável, segundo colocado na disputa das eleições do
ano passado: Neto Guerrieri (Avante).
Mas, também suponhamos que Robério não
será cassado; assim a “Justiça” com seus olhos fechados e “caneta sem tinta”, deixar
a maioria absoluta dos eunapolitanos, permaneceram crendo ser fato a declaração
do jurista Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da
virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Estes fatos nos condicionam a sair do
campo das suposições e entrar na realidade de sérias dificuldades, que estão
sendo enfrentadas pelo prefeito Robério. Uma delas é lidar com as exigências
por cargos e contratos, advindas de vereadores, investidores da campanha,
lideranças partidárias, empresariais e religiosas; e a disputa por estes
espaços que está sendo travada pela esposa e deputada estaduais, Cláudia
Oliveira (PSD) e seu irmão e secretário de governo, Lourenço Oliveira.
O assédio de quem quer benefícios do
governo, o prefeito resolve sumindo de tudo e de todos. E nem adianta tentar
contato telefônicos, pois estão inativos seus três números que eram do conhecimento
de todos anteriormente. Além de Cláudia e Lourenço, apenas alguns familiares e
assessores especiais, possuem o whatsapp atual do fictício alcaide de
Eunápolis. O sujeito está tão complicado de se ver, quanto umbigo e orelha de
freira!
Estes fatos sustentam como favorável a
hipótese de que Robério é a décima quinta pessoa depois do suplente, do reserva
do gandula nesse jogo de governança. O time não tem defesa e o meio de campo
está tão perdido quanto cachorro que cai do caminhão de mudança. Os lances que
mais tem despertado a atenção da torcida, são a destorcidas decisões,
indecisões e contra-tempos provocados por Cláudia e Lourenço. Ambos não cedem
um milímetro de espaço, que julgo o pertencer.
Cláudia quer ocupar todos cargos
possíveis, para lideranças políticas e partidárias porto-segurenses, que a
ajudaram em sua fracassada tentativa de voltar a ser prefeita de Porto Seguro.
Já Lourenço quer que estes cargos sejam preenchidos com pessoas que estiveram
empenhadas e agindo diuturnamente para o irmão vencer a eleição. Nessa queda de
braço, quem mais perde é o omisso e sumido prefeito e todos roberistas
eunapolitanos, que estão sendo preteridos por quem nem conhece a história e
geografia de Eunápolis.
Portanto, Robério está acossado pela perspectiva de sofrer a queda da liminar que o mantém como prefeito; por um início decepcionante de gestão e por aliados na iminência de se tornarem inimigos. E aí concluo relembrando uma afirmação que fiz para a ex-prefeita Cordélia Torres (UB) no começo da sua administração: um ex-aliado tem força destrutiva muito superior a 50 bajuladores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.