Ninguém mantém um funcionário suspeito de roubo em sua empresa. Mas o eleitor parece não ver inconvenientes em eleger políticos acusados de irregularidades. Exemplos não faltam. O ex-prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira (PSD), por exemplo, chegou a ser preso sob acusação de ser um dos líderes da Quadrilha dos Fraternos, que roubou mais de 200 milhões de reais dos cofres públicos municipais.
É consenso entre os analistas políticos que são três as causas principais desse comportamento: ignorância, peleguismo e pobreza. O eleitor não sabe quem são essas pessoas. Se levarmos em conta que a maioria dos eleitores é analfabeta funcional, pessoas que não conseguem entender nada dos mecanismos políticos, é possível compreender porque existe um terreno impune para o aventureiro e corruptos.
Na tragédia do subdesenvolvimento, a política não é algo importante na vida da maioria da população. O trabalhador acorda cedo, trabalha o dia inteiro, chega em casa cansado e vai dormir. Nesse quadro, ele se torna refém de qualquer político que ofereça facilidades momentâneas. Acontece o que se vê, a troca de votos por alimentos, remédios, cargos e até por dinheiro. E com as sucessivas reeleições os políticos formam verdadeiras quadrilhas criminosas e fortunas invejáveis.
O eleitorado também não conseguiu definir ainda uma escala de valores coerentes com seu próprio caráter. A distorção mais comum é apoiar e votar determinado candidato, como se pertencesse a uma torcida de futebol, cujo resultado teria que favorecer seu time, ainda que o gol fosse roubado e que o juiz estivesse comprado.
Outra erro é rotular os partidos em "pobres" e "ricos". Os eleitores vão pelas aparências, não questionam seus representantes, se sentem atraídos por pessoas que mostrem ser parecidos com eles, de histórico de baixa renda. E os candidatos se aproveitam dessa ingenuidade e se apresentam de forma humilde, utilizam a linguagem do povão e escondem o patrimônio que tem.
A solução está na educação para a cidadania. É preciso recomeçar com os jovens, mostrar quais são as consequências do voto nas suas vidas, ajudar que as próprias comunidades repensem soluções para seus problemas e persigam essas metas. Quem vota em corrupto perde autoridade moral, para reclamar da corrupção e se submete a ter que aceitar o dinheiro público servindo para enriquecer "Robérios" e os fazer ter condições de comprar rádios, fazendas, trios elétricos e comprar votos para ser eleito e eleger suas páreas!

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