Houve uma época muito difícil, quando tudo exigia maior sacrifício da gente, na busca da conquista do que possuímos atualmente. Vencemos, ganhamos espaços e perdemos a simplicidade e a humildade nas relações entre nós mesmos. O calor dos bons soldos nos fez frios, desdenhosos e tolos!
Ficamos mais dispersos e indisponíveis uns para os outros. Nos embevecemos pela efemeridade de um pertencimento circunstancial e nos submetemos ao apequenamento do convívio social. A graça do sorriso ficou glacial; o calor do abraço ficou apático e o sorriso já não é mais farto como era em tempos passados.
Estamos no jardim sem contemplar as flores; em céu de brigadeiro sem querer voar, em águas mansas sem querer nadar e nos submetendo ao contra-tempo em um tempo que só deveria nos beneficiar. Somos sonâmbulos de madrugadas tranquilas e sonolentos em dias atribulados!
Não somos maiores porque nos diminuímos no ímpeto do que já possuímos de afinco; não somos hoje o que éramos de constância, perseverança e comprometimento. Paramos, ou não avançamos. E estamos náufragos em mar que revoltamos; caídos em chão que não pavimentamos e assistindo, rindo, a ópera-bufa de um enredo que estamos escrevendo em linhas tortas.
Mas o jogo está sendo corrido e ainda há como recuperar o tempo perdido. Basta não teimar em querer continuar sem montar no cavalo selado, que está parado diante de nós e desejoso de expressar apenas uma palavra que diz: "Tolos"!
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