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3 de abril de 2022

O PROBLEMA ESTÁ NO PRAZER QUE DÁ ERRAR

Por mais que parentes e amigos nos aconselhem sobre os precipícios diante de nós, parece que o prazer de errar é muito mais atrativo e aceito!

É comum dizer que não é possível corrigir um erro, assim como não é possível devolver para o revólver a bala disparada. Um erro é algo que se concretiza na realidade de outra pessoa, afetando-nos a partir das consequências que ela sofre. É uma espécie de efeito bumerangue. Ou como diz o ditado sobre a raiva: "Um copo de veneno que você toma esperando que mate outra pessoa."

Somos atingidos não pelos atos que praticamos, mas pelos danos que eles provocam. Por isso, só é possível reparar algumas das consequências dos erros. E assumir a promessa de não repetir. E não repetir é uma decisão complexa, difícil, pois, no mais das vezes, agimos de um certo modo porque nos dá uma satisfação muito particular fazê-lo assim. E queremos (mesmo sem o querer conscientemente) retornar a essa sensação prazerosa. Por isso erramos - e depois erramos de novo -, e ainda mais uma vez, e quando buscamos nos justificar, dizemos: “Eu não sei por que faço isso.” Sabemos. Porque é bom. Mas tem consequências.

"Errar é humano", diz o ditado. Gosto do meme que coloca um “h" na frente do errar e faz a afirmação ficar ainda mais destacada. Não há imunidade contra o erro, porque ele é uma das interfaces do desejo - e o desejo é indestrutível. Nestes nossos tempos, a satisfação de apontar o dedo para os erros (presentes e passados) e desclassificar a pessoa do convívio comum tem funcionado como uma droga leve que faz sucesso em quase todos os ambientes.

Vemo-nos diante desse espaço de reverberação que ignora pessoas, reflexões, arrependimentos e mudanças sinceras de posturas. Só importa o que um dia foi feito e que pode ser jogado como alimento no poço das fúrias sempre dispostas à vingança. A nós, que cometemos erros, cabe suportar. Ou resistir por meio da palavra fundadora de novos gestos.

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