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2 de setembro de 2019

FORMAMOS SALVADORES DE VIDA, OU CAUSADORES DE DOENÇAS?

A mercantilização e aparelhamento partidário e ideológico,
estão adoecendo os serviços públicos de saúde no Brasil!
Li recentemente uma matéria jornalística, alertando que a abertura indiscriminada de novos cursos de Medicina no Brasil está refletindo na qualidade dos futuros médicos. Os números dão uma noção do problema: do início de 2000 até 2019, a quantidade de faculdades de Medicina no País dobrou. Somente nos últimos seis anos, foram abertos 93 cursos de Medicina. Hoje, há mais de 270 escolas médicas em território nacional, colocando o Brasil em segundo lugar em número de faculdades de Medicina, perdendo apenas para a Índia que tem 381 faculdades para uma população seis vezes maior do que o Brasil. Nada contra ampliar a oferta para uma das áreas mais desejadas entre os universitários, mas, além de critérios rigorosos, é preciso fiscalização. Não podemos esquecer que estamos falando de uma profissão que cuida de pessoas, que salva vidas! Infelizmente, o que nós brasileiros precisamos ainda está longe... nada mais que escolas médicas com ensino de excelência. Os hospitais sucateados, com escassez de insumos e equipes desfalcadas que encontramos por aí muitas vezes são os mesmos que servem de escola para os futuros médicos. A abertura desenfreada de novos cursos de Medicina é uma prática há tempos denunciada e combatida pelas entidades de representação dos médicos e em especial, seus conselhos regionais. É preciso providências para que a falta de critérios por parte das autoridades responsáveis não contribua para a má-formação de médicos, colocando em risco a saúde da população. O governo insiste na simplificação do problema da desassistência no Brasil atribuindo a situação a uma suposta falta de médicos, optando, inclusive, por importar profissionais de qualificação duvidosa através do Programa Mais Médicos. Neste caso, o problema está na ausência de uma Carreira de Estado para os médicos do SUS, já que, sem um vínculo empregatício com garantias trabalhistas, os médicos vão continuar refutando seguir carreira nos municípios do interior. Uma prestação de serviço de qualidade é fruto de uma formação de qualidade. Com médicos, isso não é diferente!

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