Só Cuma não enxerga a gravidade da violência em Itabuna! |
Itabuna deixou de ser uma cidade pacata e se transformou em uma das cidades mais violentas do país. Itabuna está tomada por uma onda de violência e terror. O número de homicídios está em ordem crescente nos últimos quatro anos. É o maior aumento em percentuais entre todas as cidades do interior baiano, segundo dados recém-divulgados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. A principal explicação para esse crescimento é uma guerra entre facções criminosas para controlar pontos de vendas de droga na periferia itabunense, que tem se agravado a ponto de se expandir para cidades circunvizinhas. Antes, quem matava e quem morria em Itabuna eram conhecidos. Eram brigas de bar, bebedeira, traição e crimes de ímpeto. Agora, não mais. São mais casos de execução, com requinte de crueldade. É gente de facção criminosa matando rivais. É lamentável o que está ocorrendo e o mais grave é que o Estado parece incapaz de controlar a situação e pessoas inocentes também são vítimas dessa guerra envolvendo organizações criminosas, denominadas Raios A, B e DMP. O que está acontecendo em Itabuna, são tragédias sociais, semelhantes aos atos de terrorismo praticado pelo (grupo extremista autodenominado) Estado Islâmico. Os criminosos invadem residências nas madrugadas e executam suas vítimas com tantos disparos de armas de grosso calibre, que suas cabeças são evaporadas pelas dezenas de balas que as explodem. A isto se chama carnificina e as mortes se tornaram corriqueiras na cidade. Itabuna vem experimentando o acirramento de uma guerra entre grupos criminosos que tentam se consolidar e dominar o mercado do comércio varejista e atacadista de armas, drogas e produtos receptados. Itabuna é uma das maiores cidades da Bahia, com 225 mil habitantes. Com tamanho de cidade média de interior, sua rotina já foi a de uma cidade pacata. Para enfrentar o calor da mata atlântica, era comum colocar cadeiras em frente de casa, conversar com vizinhos, ver a vida passar. Mas, ao longo dos anos, as pessoas trocaram o lado de fora pelo lado de dentro de casa, colocaram grades nas janelas e aumentaram os muros. Hoje, moradores e autoridades relatam que há bairros inteiros controlados por facções. As estatísticas são a prova dessa transformação. Itabuna, atualmente é uma das cidades mais violentas do Brasil ocupando a 13° posição no mapa da violência segundo uma universidade e vive uma verdadeira epidemia de homicídios. Há anos, a sangrenta guerra das facções criminosas denominadas Raio A e DMP são as responsáveis por 90% desses crimes. Mas neste período de quatro anos crimes passionais e crimes banais provocados por discussões familiares ou em mesa de bar também ocorreram. Até o final do mês de dezembro do ano passado, 477 pessoas foram assassinadas e 31 criminosos morreram em confronto policiais totalizando 508 vítimas, números altíssimos que, na comparação com países violentos, faz Itabuna ter uma taxa de homicídios comparada a Venezuela, país com um dos maiores índices de mortalidade da América Latina. Neste período vejam quais os cinco bairros mais violentos: Califórnia 46 homicídios. Em seguida, o São Caetano com 28, Fátima 23, Santo Antônio 21 e São Roque 18. Em 2018, Itabuna contabilizou 148 assassinatos, número superior a três anos seguidos 2015, 2016, 2017. A chave para entender essa explosão de violência não está em Itabuna, mas no Sudeste. Em 2016, as principais facções do país, o PCC, de São Paulo, e o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, racharam. Acredita-se que, a partir daquele ano, o PCC tenha passado a controlar rotas de entrada de droga do Paraguai para o Brasil. Isso teria acirrado a disputa por rotas alternativas. O nordeste entrou então no foco do tráfico. A curva de homicídios em Itabuna, a partir de 2016, reflete muito bem a cisão das organizações criminosas. De acordo com especialistas em segurança pública, a disputa pelo tráfico na Bahia contribuiu para o aumento da violência em diversos cidaes do interior onde existe uma força menor de combate ao crime. Mas foi em Itabuna que o número de homicídios cresceu mais. Por quê? Em Itabuna, não há uma facção dominante. Há um equilíbrio de forças entre as facções beligerantes. Isso gera uma disputa sangrenta entre elas. Drogas e acerto de contas teriam sido as motivações de considerável dos homicídios ocorridos em Itabuna. Todas as três facções que disputam o território de Itabuna nasceram no presídio da cidade. Também é dentro do sistema prisional que ocorrem as principais alianças e cisões entre os grupos criminosos. O sistema prisional de Itabuna está superlotado e disputado por facções criminosas.
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