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22 de março de 2018

POR QUE VOTAR EM ENGANADORES COMO DAVIDSON MAGALHÃES?

O que seria dos tocadores de tropas, se não existissem os jumentos?!
Por que determinados políticos, reconhecidamente cínicos, inúteis, parasitas, hipócritas, continuam a se eleger continuamente e ter relevância política na Bahia? Alguns casos são bastante emblemáticos neste sentido, por exemplo Davidson Magalhães (PCdoB), que mesmo sendo reconhecidos pelo público como símbolos da inoperância na política, continua a possuir um eleitorado fiel. Por que ao mesmo tempo em que o Congresso e o Senado têm uma credibilidade baixa com o público, estes também têm uma taxa de renovação sempre baixa a cada eleição? Tais perguntas não possuem respostas simples. Colocarei aqui um ponto de vista particular, uma visão bastante “economista” do caso, que acredito ser capaz de melhorar um pouco o entendimento deste fenômeno contraditório; e com certeza um ponto de vista que pode nos iluminar mais do que a clássica e preconceituosa explicação de que “o povo é burro”. Um dos conceitos favoritos de analistas da política, é a ideia de “ignorância racional”. Isto se refere a uma situação onde um agente decide racionalmente ser ignorante sobre um assunto, porque os custos de aprendizado superam os benefícios do conhecimento. Por exemplo, apesar de eu querer aprender árabe, os custos de passar alguns anos estudando esta língua não são suficientes para justificar um desejo com pouca aplicação (portanto eu sou racionalmente ignorante em árabe). Este conceito pode ser aplicado ao comportamento dos eleitores do burguês e elitista Davidson Magalhães: ao mesmo tempo em que o voto individual de um eleitor tem probabilidade próxima de zero de alterar o resultado das eleições, existem custos associados a pesquisar sobre o candidato, assistir horário eleitoral, decidir sobre quais propostas são melhores para a sociedade, e finalmente decidir quais são os melhores candidatos. Existe, portanto, uma tendência de eleitores de políticos como Davidson Magalhães, a serem racionalmente ignorantes em política. Ao mesmo tempo em que existem poucos incentivos a uma escolha cuidadosa dos candidatos, no Brasil existe um incentivo a votar em alguém, que é a obrigatoriedade do voto. Existem três opções para um eleitor “racionalmente ignorante” em política: (1) abster-se de votar; (2) votar em branco, nulo; e (3) votar em qualquer um. As três opções possuem custos associados praticamente idênticos, que é o custo de se deslocar até uma seção eleitoral e justificar/anular o voto/votar em qualquer um. A escolha (3) pode parecer a mais persuasiva para alguns agentes, pelo apelo a uma suposta “participação na vida política do país” ou o cumprimento de um dever cívico, apesar dos dados relativos a abstenções e votos não-válidos sugerirem que os agentes são indiferentes entre as três opções. Tal convergência de incentivos pode explicar dois fenômenos comuns na política: (1) a eleição de figuras públicas ruins, como Davidson Magalhães; e (2) a reeleição de figuras políticas já conhecidas, mesmo com reputação de parasitas, como é o caso do dito cujo.

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