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| Cada dia é uma experiência a mais em nossas vidas! |
Dizem
que “a idade traz consigo alguma sabedoria”. Acredito nisso, mas
essa expressão popular, para ser mais precisa, deveria vir com um
complemento do tipo “se os anos forem vividos com aprendizagem”.
Sejamos realistas, juventude e consciência são palavras que não
rimam. A sensatez que se espera do jovem apresenta-se plena apenas em
quem sabe transformar os erros em lições de vida. A isso chamam
sabedoria. E quem passa pela vida sem aprender com os percalços
apenas adquire rugas e decrepitude – a velhice se torna um peso
insuportável. Sempre procurei aprender com quem sabia mais; mesmo
muito jovem, ficava na roda de amigos, observando a conversa deles
para tirar instrução sobre determinado assunto. A boa companhia
vinha, por regra, junto com os mais diversos assuntos, tais como
música, esporte, literatura, cinema... Fui um garoto de sorte por
tê-los perto de mim. Mantenho-me até hoje assim. É a tônica do
meu aprendizado. Não só a companhia deles é importante, mas também
a experiência de vida com quem me relaciono são caras, porque isso
me deixa menos propenso ao erro. Quando falho, claro, a culpa é só
minha. Aos 56 anos, meu olhar se volta para aquele garoto que fui aos
13 anos: cheio de esperança, querendo adquirir força diante dos
meus próprios erros (nascidos da inexperiência). Interessante é
que esse relato se mostra tão universal quanto atemporal.
Indiferente ao tempo ou a qualquer geração, as características do
passado aqui descritas são muito parecidas com as de jovens que
passam pelas mesmas dificuldades juvenis hoje em dia – e anseiam
por chegar à maturidade bem. Outro dia, conversando com um jovem
amigo, ele me confidenciou: “Sou muito jovem, mas tenho imensa
vontade de aprender as coisas importantes e demonstrar à vida que
posso amadurecer a cada dia, com amor no coração, dedicação ao
trabalho e sede de justiça”. Identifiquei-me imediatamente com as
palavras dele. Apesar de a minha aparência ter mudado bastante nas
últimas décadas, acho que ainda continuo com a mesma força de
vontade própria daquele garoto que fui na pré-adolescência, meus
cabelos brancos não me impediram de ter a feição própria da
juventude. Chego à conclusão de que não fiz feio. Os anos
chegaram-me (e isso já é motivo de alegria) de mãos dadas com o
reconhecimento das minhas falhas e – mais importante – com a
disponibilidade de espírito para identificar essas carências e
eliminá-las, para que a reincidência não faça parte de minha
personalidade. Independente de tudo, serei sempre adepto da filosofia
vivendo-errando-e-aprendendo.

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