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8 de março de 2018

MULHERES VÍTIMAS: CHEGA DE INJUSTIÇAS E IMPUNIDADE

Rayluciene e Clébia Lisboa são vítimas do feminicídio impune em Itabuna

O mundo tem passado por mudanças significativas nas relações entre os gêneros. As mulheres ao redor do mundo têm se levantado por igualdade no mundo do trabalho, pelo fim do assédio e contra a violência machista e de gênero. Esse levante feminista torna-se visível com os movimentos das atrizes de Hollywood, ao denunciarem diversos casos de assédio e violência que há décadas aconteciam sob a vista grossa de todas as grandes produtoras, dos agentes e empresários do ramo e até mesmo da mídia corporativa. A visibilidade dada pela ação de mulheres que, em certa medida, estão em condição de privilégio, é muito importante. Contudo, é necessário entender que essa movimentação decorre de um contexto em que as lutas se aprofundam em todos os lugares. É importante valorizar cada conquista, sem esquecer os desafios enormes colocados. A criminalização do feminicídio no Brasil é uma conquista importante à medida em que tipifica os assassinatos por motivação de repulsa, desprezo ou ódio contra as mulheres. Os números são gritantes: mais de 4 mil homicídios dolosos contra mulheres em 2017, sendo 946 tipificados como femicídios. Esses dados demonstram que as vitórias conquistadas até agora ainda não são suficientes para garantir uma vida à emancipação feminina. O primeiro assassinato registrado no dia 04 de março em Itabuna foi contra uma mulher. O crime aconteceu na Rua Travessa Central, baixa fria, no bairro Maria Pinheiro e a vítima, Sandra Silva Santos, tinha 42 anos. O principal suspeito de cometer o crime é o seu marido, identificado como Anailton Marques da Silva, de 32 anos. Ele estava preso no Conjunto Penal de Itabuna desde outubro do ano passado acusado de agredir a esposa, e saiu da cadeia no dia 1 de março. Ainda de acordo com informações, a própria vítima foi responsável pela soltura do criminoso. Não é possível que qualquer homem ainda acredite que exista justificativa de tirar a vida de uma mulher pelo fato de ela ser mulher. É preciso mudar a cultura hegemônica da sociedade que deseduca homens, transformando-os em potenciais assassinos, legitimados por uma sociedade estruturalmente machista. Não nos permitiremos perder outras “Sandras, Rayluciene e Clébias” para o machismo e ódio contra as mulheres. Mudanças mais profundas precisam acontecer rapidamente. É fundamental que numa sociedade com tanta violência, a educação seja um instrumento de mudança. Os debates sobre gênero precisam estar presentes na escola como ferramenta para nos livrar definitivamente da violência e opressão de gênero.

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