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A causa da corrupção está no voto do eleitor pelego, estúpido e que se abstém! |
Muito
antes de ser realmente perigosa, a região cacaueira do sul da Bahia já era
conhecida como uma terra sem lei. Na época, a taxa de homicídios era muito mais
baixa e o que assustava eram os crimes de mando. Nos tempos da pistolagem e dos
coronéis, o medo estava não em andar nas ruas, mas em desagradar algum
poderoso. Ao desfrutar da leitura do Jornal A Região, poucos se lembram de quem
foi Manoel Leal. Responsável pela parte editorial e direção do semanário, Manoel
Leal foi assassinado há quase 20 anos e até hoje os culpados estão impunes. Os
executores, sim, foram julgados e condenados, mas os mandantes nunca foram
sequer importunados. Esse caso nos ajuda a entender o principal julgamento do
País, que aconteceu em Porto Alegre, e suas consequências para o Brasil. No
caso Leal, contra os autores materiais havia provas materiais. Contra o
intermediário, os capangas, havia um leque de suspeitas e fortes indícios.
Contra os verdadeiros autores intelectuais, porém, como sempre é e sempre será,
não havia prova material, muito menos uma confissão.É assim que as coisas são.
Executores de corrupção, como Waldomiro Diniz ou Rodrigo Rocha Loures podem, se
feito um raro trabalho quase perfeito pela polícia e MP, serem presos com
provas materiais, os mandantes por outro lado, nunca passam ordens por escrito.
O esquema é velho e conhecido. Uma grande empresa doa milhões para a campanha
da vossa excelência, que posteriormente aprova uma lei que a ajuda, que
posteriormente recebe a visita de um enviado para receber uma mala. O dinheiro
some em algum paraíso fiscal, ou surge um milionário contrato de consultoria.
Não há rastro ligando uma coisa à outra. Contra o político, não há nem nunca
haverá provas materiais. A verdade é que, de coisas palpáveis, a Lava Jato
achou muito e teria mesmo como achar, pois não há como esconder um tríplex, ou
um sítio. Contra os comandantes há apenas depoimentos de colaboradores. O
tríplex e o sítio de Lula são pontos fora da curva. Se tivesse ficado apenas
nas estratosféricas remunerações das palestras, Lula teria a mesma culpa, porém
sobra evidência física contra ele. Mas não há nenhum imóvel, conta ou bem
atribuído a Temer ou aos tucanos de São Paulo em nenhum processo. Os petistas
alegam que o processo contra Lula não tem provas, mas se quiserem ver seus
adversários presos e desejarem verdadeiramente o fim da impunidade para os
grandes corruptos, terão que aceitar condenações com muito menos que isso.
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